Entrevista:O Estado inteligente

sábado, junho 14, 2008

Empresas unem Lap Chan e Teixeira


Sônia Filgueiras


As relações do escritório do advogado Roberto Teixeira com o chinês Lap Chan vão além da representação da VarigLog nas pendências judiciais e administrativas da empresa na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e outros órgãos federais. A filha de Roberto Teixeira, Larissa Teixeira, é também diretora, junto com Lap Chan, de duas empresas em São Paulo cuja atividade principal, conforme as informações disponíveis no cadastro da Receita Federal, é administração patrimonial.

Larissa divide com Lap Chan a administração das empresas Aliança Participações S.A. e Belenos Participações e Empreendimentos S.A., ambas com endereço na Rua Diogo Jacome, em Vila Nova Conceição, bairro de classe alta paulistana. Larissa é sócia e advogada do escritório Teixeira Martins Advogados, de seu pai.

As duas empresas são sociedades anônimas de capital fechado, ou seja, constituídas por ações não negociadas em Bolsa de Valores. De acordo com o cadastro da Receita, a atividade principal da Aliança é a incorporação de empreendimentos imobiliários e a da Belenos é a de holding de instituições não financeiras, especializada na gestão de participações em outras empresas.

Embora a empresa Aliança exista desde outubro de 2000, Lap Chan assumiu sua presidência em maio deste ano e Larissa ingressou como diretora um mês depois. Antes, a direção da empresa estava sob responsabilidade de outras duas pessoas, aparentemente sem relação com os dois. A Belenos é uma empresa nova. Foi criada em março de 2008, mesmo mês em que Lap Chan e Larissa foram definidos como administradores.

A reportagem contatou a assessoria do escritório de Teixeira e pediu esclarecimentos sobre a relação comercial entre os dois, mas não obteve resposta até o encerramento desta edição.

No processo da compra da Varig pela VarigLog, a empresa foi representada pelo escritório de Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula. Em seu depoimento no Senado, Denise Abreu afirmou que Valeska, outra filha de Teixeira e sócia do pai em seu escritório, teria invocado sua proximidade com a família do presidente para tentar pressioná-la. Teixeira nega as acusações de Abreu.

No ano passado, Chan e os sócios brasileiros brigaram. A disputa chegou aos tribunais. Lap Chan acusou os brasileiros de má gestão e os empresários locais acusaram o estrangeiro de estrangular financeiramente a companhia. Teixeira manteve-se como advogado da VarigLog.

A ex-diretora da Anac Denise Abreu denunciou ter sofrido pressões para apressar a aprovação da regularidade da VarigLog na agência. Denise afirmou que a ministra Dilma Rousseff a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a Varig. A ministra nega as acusações.

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