| Lauro Jardim (ljardim@abril.com.br) • AVIAÇÃO Herança maldita A diretoria que está saindo (e já vai tarde) da Anac deixou para a turma que chega uma herança de 4.900 processos de multas não concluídos. Todos resultado de irregularidades cometidas pelas companhias aéreas. • SENADO Casa-da-mãe-joana Até aqui Flávia Coelho, filha de Luiz Coelho, lobista e sócio de Renan Calheiros, foi apresentada como funcionária do cerimonial da presidência do Senado. Não é. Quem for investigar verá que a moça está lotada no Prodasen, o serviço de processamento de dados do Senado. Mas, como a casa é mesmo da mãe Joana, ela trabalha diretamente para Renan. Em 2003, entrou para o Senado ganhando 2.500 reais mensais. Hoje, a funcionária-padrão recebe 7.400 reais. Ameaças de um sem-banco Dida Sampaio/AE | Cacciola: ele tem mandado recados | O sem-banco foragido Salvatore Cacciola tem mandado recados por intermédio de alguns familiares. Mais que recados, ameaças. Caso venha a ser extraditado, Cacciola promete "contar tudo" sobre os dias que antecederam a desvalorização cambial de janeiro de 1999. E que daria nome aos bois – nome de alguns personagens que nunca apareceram no escândalo.
| • ITAMARATY
Rumo ao Terceiro Mundo Coerente com a política externa de Lula e Marco Aurélio Garcia e de olho na vaga no Conselho de Segurança da ONU, o Itamaraty se expande. Para a África, a Ásia e o Caribe. Vai abrir embaixadas em Uagadugu (Burkina Faso), Sri Jaywardenepura (Sri Lanka) e Castries (Santa Lúcia). Para esses lugares, normalmente, só vai um diplomata – o próprio embaixador, que vira uma espécie de one-man show. • BRASIL Sonegação à vista A Antaq, agência reguladora que cuida de portos e navios, merece um olhar mais atento do governo. Especialmente na emissão de certificados de liberação de cargas. Eles estão sendo usados para liberar mercadorias sem o pagamento de impostos. Pode-se começar analisando, por exemplo, o certificado 120/2007, em nome da empresa Sanave. O documento foi assinado pela diretoria no fim de abril para uma mercadoria que já havia sido liberada no início de fevereiro. • CARREIRAS Está faltando engenheiro O cadastro de currículos da Companhia Vale do Rio Doce está abarrotado. Há 375.000 listados no site da empresa. Um recorde. Só que apenas 248 currículos (0,06% do total) são de engenheiro de minas. É um número insuficiente para atender às necessidades imediatas da Vale, a segunda maior mineradora do mundo. Nos últimos dois anos, a Vale contratou 222 desses engenheiros. • ECONOMIA Células-tronco e IPO A febre de IPOs (oferta pública inicial de ações) de empresas brasileiras atinge setores impensados até pouco tempo atrás. A carioca Cryopraxis, o maior banco de células-tronco do sangue do cordão umbilical da América Latina, acaba de selar com o Natixis, um banco de investimento americano, o lançamento de suas ações nos Estados Unidos. • TELECOMUNICAÇÕES A era da convergência A Brasil Telecom lança nos próximos dias um serviço já em efervescência nos Estados Unidos (Netflix, Vudu, Movielink...) mas inédito no Brasil. Tem potencial para balançar o mercado de videolocadoras. Funciona como uma locadora doméstica, oferecendo ao assinante a possibilidade de "alugar" filmes e programas por um prazo de até três dias, sem sair de casa. É a entrada das empresas de telefonia no mercado de transmissão de conteúdo – um caminho sem volta. • LIVROS Filão da hora A editora Objetiva anuncia em breve a aquisição de 75% da Martin Claret, especializada em livros de bolso e com 500 clássicos da literatura em seu catálogo. É o filão do momento. Há menos de um mês, a Record, líder do setor, também entrou no segmento. Zeca piscou. Temporão não recua Fotos Alan MarquesFolha Imagem, Washington Possato/AE | Temporão e Zeca: o músico, agora adepto do consumo responsável, procurou o ministro | Sem alarde, Zeca Pagodinho procurou o ministro José Gomes Temporão, da Saúde, em missão de paz. Quer marcar uma conversa. A dupla bateu boca meses atrás, quando Temporão iniciou sua campanha contra a propaganda de bebidas alcoólicas. Zeca, o mais célebre garoto-propaganda de cerveja do país, reagiu. O recuo de Zeca acontece em meio a uma nova e inusitada campanha protagonizada pelo pagodeiro – agora, clamando pelo consumo responsável. A propósito, Temporão e parte da cúpula da AmBev jantaram recentemente. A empresa disse que reforçará as campanhas educativas. Temporão, entretanto, diz que uma medida provisória sobre o tema será enviada ao Congresso em outubro. Vai juntar a restrição da propaganda com a proibição da venda de bebidas nas estradas. | • TELEVISÃO
RBS e Globo negociam O grupo RBS está renegociando o seu contrato com a Globo. O que está na mesa é uma renovação por mais dez anos. O RBS tem dezoito emissoras entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina transmitindo a programação da Globo. Interesse mútuo O acordo é proveitoso para os dois grupos por dois motivos pelo menos. Primeiro, o mais óbvio: interessa ao RBS porque retransmite a líder de audiência e à Globo porque o grupo gaúcho é o mais bem estruturado da Região Sul. O segundo motivo é a Record, que acaba de instalar-se com força total no Rio Grande do Sul, comprando novas emissoras. • AGRICULTURA Jiló nos EUA Agricultores do estado americano de Massachusetts estão faturando 300.000 dólares por ano com a produção de... jiló. O cultivo começou há quatro anos, quando um grupo que estuda "vegetais exóticos" na Universidade de Massachusetts identificou que havia potencial de mercado para a hortaliça. Parece estranho, mas o fenômeno tem explicação. Estima-se que 250.000 brasileiros morem na região – e 80% deles são mineiros. Agora, o grupo tem um projeto mais ambicioso: produzir taioba e maxixe. Colaborou Marcelo Bortoloti Notas diárias em www.veja.com.br/radar – acesso livre |