Lauro Jardim (ljardim@abril.com.br)
• ELEIÇÕES 2008
Sem "vocação municipal"
Aloizio Mercadante não será candidato a prefeito de São Paulo no ano que vem. Se for, trairá o que tem garantido aos mais próximos que o questionam sobre uma eventual candidatura. "Não tenho vocação municipal", costuma dizer.
• GOVERNO
É preciso acelerar
Setembro chegou e das ações do PAC que constam no Orçamento da União, num total de 14,7 bilhões de reais, somente 40% tiveram destinação aprovada. Dilma Rousseff vai ter de correr nestes 120 dias que restam para acabar o ano. Esses números, inéditos, são da ONG Contas Abertas, cujo site bateu em 5 milhões de acessos na semana passada.
O país começa em 2003
Na longa reunião (e põe longa nisso: foram oito horas) entre Lula e o seu ministério, na quinta-feira passada, o presidente deu a seguinte ordem, depois de ver gráficos e mais gráficos com estatísticas de dez anos para cá: "A partir de agora, os gráficos devem começar em 2003. Quero comparar o meu segundo governo com o primeiro". Agora sim a frase "nunca antes neste país" vai soar mais verdadeira do que nunca.
Ar irrespirável
Anda irrespirável o ar no Palácio do Planalto – e não é somente pelo resultado do julgamento do mensalão. Por causa do clima extremamente seco de Brasília, típico desta época do ano na capital, Lula não pára de reclamar da baixíssima umidade. Pior: em sua sala não pôde ser instalado um umidificador.
Rainha da Inglaterra
Luiz Paulo Conde, recém-entronado presidente de Furnas, anda tendo dificuldades para comandar a estatal. A resistência é grande com o indicado do PMDB. Na semana passada, a diretoria não o deixou nomear nem seu chefe-de-gabinete. Conde foi derrotado numa votação.
O que faltou contar sobre Direito
Faltaram algumas linhas nos perfis publicados nos últimos dias de Carlos Alberto Direito, o novo ministro do STF. No longínquo ano de 1982, Direito atuou como uma espécie de consultor jurídico de um dos mais célebres programas mundo-cão da televisão brasileira – o inacreditável O Povo na TV, transmitido pelo SBT. Ao lado de Direito, brilhava o notório Roberto Jefferson, então um desconhecido advogado. Direito participava do programa uma vez por semana, comentando casos policiais, dando conselhos e orientações. Aproveitando a repercussão do programa, tentou eleger-se deputado federal. Fracassou. Não passou de uma longínqua suplência. Seu colega Jefferson, bom de gogó, foi eleito. Agora, Direito vai julgar o ex-colega de TV no escândalo do mensalão. |
• BRASIL
A todo o vapor
O pântano em que se encontra Renan Calheiros não afetou a Mendes Júnior em seus negócios com o governo federal. Na terça-feira passada, o Dnit destinou 5 milhões de reais para a empreiteira pavimentar uma rodovia em Minas Gerais.
• CÂMARA
Corrida milionária no plenário
Corria tranqüila na quarta-feira a reunião da mesa diretora da Câmara até que o deputado Inocêncio Oliveira tentou aprovar a liberação do plenário para a gravação de um programa da RedeTV! chamado Corrida Milionária – uma espécie de gincana que vai estrear ainda neste ano. Arlindo Chinaglia, em boa hora, vetou. "Um programa com esse título aqui na Câmara não dá, Inocêncio."
• ITAMARATY
O tabuleiro do Amorim
O embaixador do Brasil em Londres, José Maurício Bustani, será transferido para Roma.
• JUDICIÁRIO
Palácio da Justiça
Pode faltar tudo ao Judiciário de Minas Gerais – menos dinheiro. A futura sede do Tribunal de Justiça do estado vai custar 350 milhões de reais.
• ECONOMIA
Mudanças na Unilever
Foi dada a partida para a sucessão de Vinicius Prianti, presidente da Unilever, que se aposenta em 2008. Para o seu lugar, desembarca em breve no Brasil o holandês Kees Kruythoff. A troca não será imediata. Kruythoff assume antes a vice-presidência de marketing da Unilever Brasil. E no ano que vem vira presidente.
A PetroVale vem aí
A Vale decidiu entrar na área de gás. Contratou David Zylbersztajn para assessorá-la e vai participar em novembro da nona rodada de licitações da ANP para explorar áreas de petróleo e gás natural. É uma novidade que, pelo tamanho do gigante, mexe com o mercado. A Vale não está, em princípio, atrás de gás para vender, mas para consumo próprio.
• AMBIENTE
Passarinheiros na berlinda
O Ibama demorou, mas resolveu pôr ordem na casa dos criadores de passarinhos do Brasil. O instituto desconfiou do crescimento assombroso de criadores no país, que saltou de 8.000 em 2005 para quase 40.000 até agosto deste ano. A suspeita era que esse aumento estaria encobrindo traficantes de pássaros silvestres. Agora, o Ibama acaba de baixar uma norma proibindo a inscrição de novos criadores. Quer, primeiro, recadastrar todos eles.
Durante um encontro na semana passada com Ricardo Teixeira, Lula insistiu na idéia de que é preciso fazer algo para evitar a exportação dos craques brasileiros – foram 700 só neste ano. A intenção é boa. O problema é conseguir competir com os altos salários. Fora outras surpresas. Vagner Love, por exemplo, hoje no CSKA, da Rússia, contou para um colega que é comum o presidente do seu clube lhe oferecer 40.000 dólares extras se o time ganhar. Vencido o jogo, um emissário lhe entrega em dinheiro vivo a quantia prometida. Love disse que guarda as verdinhas dentro do armário. |
Colaborou Ronaldo Soares
Notas diárias em www.veja.com.br/radar – acesso livre