O Estado de S. Paulo |
14/9/2007 |
Ninguém se iluda com a porta que o Copom deixou aberta para novo corte dos juros em 17 de outubro. Isso apenas acontecerá se a crise internacional se agravar de tal forma que novo afrouxamento monetário fique inevitável. Mas o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tem repetido que é baixa a probabilidade de uma recessão global. A ata do Copom sobre a reunião do dia 5, que cortou os juros em 0,25 ponto porcentual, para 11,25% ao ano, prepara os espíritos para uma parada técnica na trajetória ininterrupta de queda, iniciada em setembro de 2005, que acumulou no período corte de 8,50 pontos porcentuais. O comunicado é claro e concentra ênfase em quatro pontos: (1) Aumentou no Brasil o risco de inflação de demanda - O consumo vem aumentando mais do que a capacidade do setor produtivo e das importações em prover a oferta em ritmo equivalente. As pressões sobre os preços, antes localizadas, estão se generalizando, especialmente "no setor não transacionável", ou seja, nos serviços. A massa salarial e a expansão do crédito mantêm a robustez dessa demanda. A capacidade de produção está se estreitando, os investimentos estão crescendo com vigor, mas aparentemente a velocidade inferior à do crescimento do consumo. (2) A situação global deixou de jogar a favor - Isso significa que a tendência das cotações do dólar já não é de queda acentuada, como antes, o que contribuía para baratear os produtos importados e para aumentar a concorrência com o produto nacional. (3) Vêm aí mais despesas públicas - E seu efeito mais importante será aumentar ainda mais o consumo interno. (4) Impulso monetário no tubo - Como há sempre um prazo de seis a oito meses entre um corte dos juros e seu impacto sobre a economia, ainda há uma boa carga de moeda já canalizada para dentro da economia que não fez efeito. O Copom não foi explícito sobre um quinto fator de elevação de preços que deve ser considerado. Na ata ficou dito que é preciso agora olhar para o que acontecerá em 2008. Ficou dito, também, que as cotações internacionais do petróleo estão disparando (ultrapassaram os US$ 80 por barril de 159 litros), o que autoriza a contar com a atual estabilidade dos preços dos derivados apenas até o final deste ano. Enfim, o impacto inflacionário de um reajuste da gasolina já no início de 2008 (ano eleitoral) pode ser inevitável. Os membros do Copom entenderam que esses fatores são tão fortes que poderiam tê-los levado a optar pela interrupção do afrouxamento monetário já na reunião de setembro. Assim, ficou estranho que não tenha acontecido novo racha na votação. A decisão por um corte de 0,25 ponto porcentual foi unânime, ao contrário do que ocorrera nas três reuniões anteriores. Não se trata aqui de perguntar se o prognóstico do Copom está certo ou errado. Trata-se apenas de conferir a tendência. E ela é francamente pela interrupção da queda dos juros.
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Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, setembro 14, 2007
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