EDITORIAL FOLHA DE S PAULO
Arremate da Varig por uma ex-subsidiária foi a saída possível diante da degradação de suas condições operacionais
APÓS UM longo processo de agonia, no qual várias tentativas de negociação falharam, em junho de 2005, a Varig entrou em processo de recuperação judicial. Desde então, por várias vezes a companhia esteve perto da falência. Neste percurso, a empresa foi definhando. De uma frota de 120 aeronaves no final da década de 1990, restaram apenas 13 aviões em operação. Líder do mercado doméstico, com uma fatia de 40% em 2002, a participação da empresa foi reduzida para cerca de 10%.
Anteontem, finalmente, uma parte da empresa -rotas de operações domésticas e internacionais- foi vendida em leilão para a VarigLog, uma ex-subsidiária, pelo preço mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,32 milhões). Criada em agosto de 2000 como empresa independente do grupo Varig, a companhia de transporte de carga foi vendida no fim do ano passado como parte do processo de reestruturação.
Os novos controladores se comprometeram a realizar investimentos na empresa e pagamentos a credores, cifras que, juntas, somam US$ 485 milhões (R$ 1,062 bilhão). As dívidas da Varig, estimadas em R$ 7,9 bilhões, ficam na "velha Varig", a fatia que permanece em recuperação judicial, com uma única rota (SP-Porto Seguro) e sob a bandeira Varig-Nordeste.
A ex-subsidiária ainda terá de garantir à "velha Varig" um determinado fluxo de receitas operacionais. Esses recursos seriam provenientes de aluguéis -referentes a imóveis, centro de treinamento e aeronaves- e da emissão de debêntures. O saneamento da antiga Varig depende do recebimento de créditos que a empresa tem a receber do poder público e de outras fontes.
Especula-se que a intenção dos compradores da nova companhia aérea seria saneá-la para revendê-la por um preço maior no futuro. Um dos participantes do consórcio vencedor, o fundo de investimento Matlin Patterson, constitui um "private equity" (fundos de aplicações em que os recursos são destinados a empresas). O grupo tem o hábito de comprar empresas na "bacia das almas", em processo de falência, evidentemente com preço depreciado, para recuperá-las e revendê-las com lucro. Estima-se que a margem de lucro nessas operações atinja 40%.
O plano da nova empresa de aviação contempla a operação de entre 15 e 30 aviões, com 1.600 a 3.300 funcionários, dependendo da quantidade de aeronaves. À medida que a companhia for recuperando sua oferta de vôos e a participação no mercado, a empresa poderá recontratar parte dos funcionários demitidos. Outra parte deverá ser absorvida pelas empresas concorrentes, uma vez que o mercado de aviação civil brasileiro tem crescido entre 14% e 16% ao ano.
Decerto não foi a saída ideal, mas foi a solução possível, dentro do processo de recuperação judicial proporcionado pela nova Lei de Falências e diante da degradação das condições de operação da companhia. Evitou-se a falência completa, preservou-se a marca, e a empresa ganhou uma nova chance de decolar.
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