Olhem o Lindberg aí outra vez...
Lembram-se que o nome de Lindberg Farias apareceu pela primeira vez naquele jantar com costeletas a que fui, no sábado passado? Então, olhem ele aqui de novo. Na Folha deste sábado, por Raphael Gomide e Sérgio Torres: “Em nome do prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), o secretário identificado apenas como André recebeu R$ 32 mil do esquema sanguessuga, disse em depoimento à Justiça Federal o empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos proprietários da Planam.O secretário municipal de Administração se chama Juarez Barroso. O único André que integrou o secretariado de Lindberg é André Ceciliano (PT), hoje prefeito petista de Paracambi (Baixada Fluminense). Ex-secretário de Governo de Lindberg, André Ceciliano havia sido citado 29 linhas antes na mesma página do depoimento. Vedoin afirma que ele recebera R$ 15 mil em dinheiro neste ano, no estacionamento da Assembléia do Rio. Segundo o depoimento, quem entregou o dinheiro ao prefeito foi Ricardo Waldman, dono de empresa de fachada da Planam.”FOLHA
Vedoin diz que pagou emissário de petista
Dono da Planam afirma em depoimento que ex-secretário de Nova Iguaçu (RJ) recebeu R$ 32 mil em nome de Lindberg Farias
André Ceciliano, que hoje é prefeito de Paracambi (RJ), nega envolvimento com máfia dos sanguessugas, mas diz conhecer os Vedoin
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário municipal de Administração se chama Juarez Barroso. O único André que integrou o secretariado de Lindberg é André Ceciliano (PT), hoje prefeito petista de Paracambi (Baixada Fluminense). Ex-secretário de Governo de Lindberg, André Ceciliano havia sido citado 29 linhas antes na mesma página do depoimento. Vedoin afirma que ele recebera R$ 15 mil em dinheiro neste ano, no estacionamento da Assembléia do Rio. Segundo o depoimento, quem entregou o dinheiro ao prefeito foi Ricardo Waldman, dono de empresa de fachada da Planam.
O acordo em Nova Iguaçu estava relacionado à compra de seis ambulâncias, no valor total de R$ 400 mil (R$ 379,2 mil, conforme a prefeitura), conforme disse o dono da Planam.
"A negociação se deu junto ao secretário de Administração, André, que falava em nome do prefeito Lindberg Farias; que o valor de R$ 32 mil, correspondente a 8% do valor, foi entregue por Nilton Simões, em mãos e espécie, para André", acusou Vedoin ao depor.
Prefeito em Paracambi (a 75 km do Rio) no período entre 2001 e 2004, Ceciliano não se reelegeu, mas obteve na Justiça Eleitoral, em 2005, o direito de voltar ao cargo, após impugnar a candidatura do vencedor. Quando esteve fora da prefeitura, trabalhou de janeiro a maio de 2005 como secretário de Governo em Nova Iguaçu.
Lindberg negou envolvimento e disse não acreditar que o ex-secretário tivesse envolvido com a máfia. Ceciliano admitiu ontem à Folha ter conhecido, em Brasília, Luiz Antonio e Darcy Vedoin. Disse também ter conhecido Nilton Simões, que representava a empresa junto a políticos e municípios.
O prefeito também contou que os Vedoin e Simões estiveram em Paracambi para fazer lobby, mas ele nunca os teria recebido na prefeitura. "Eles estavam em Brasília direto, e eu ia lá, como todo prefeito, pedir dinheiro em emendas para saneamento, desenvolvimento econômico e saúde", afirmou.
O prefeito disse que há contradições nos depoimentos à Justiça e à CPI. Segundo ele, em um depoimento é acusado de ter recebido R$ 15 mil em mãos. No outro, o dinheiro teria sido entregue a uma mulher conhecida como Maria José, que seria assessora do deputado Itamar Serpa (PSDB-RJ).
Maria José é apontada por Vedoin como representante de prefeitos da Baixada Fluminense no esquema fraudulento. A Folha não conseguiu ontem localizar Serpa. Eleito vice-prefeito de Nova Iguaçu, ele continuou na Câmara e não assumiu a vice-prefeitura