O Estado de S. Paulo |
26/7/2006 |
Índices nas pesquisas operam milagres, curam feridas e alteram convicções A última rodada de pesquisas dos institutos que periodicamente medem os humores do eleitorado provocou uma mudança de comportamento nas campanhas dos dois principais candidatos a presidente e, em alguns casos, alteraram-se até firmes convicções. No mínimo, temos uma demonstração de como a instituição pesquisa de opinião pesa cada vez mais numa eleição a ponto de ser, hoje, o fator primordial na condução das campanhas. Isso em relação ao público externo e também ao interno. O candidato tucano Geraldo Alckmin, por exemplo, deixou de receber tantos conselhos de aliados e correligionários desde que subiu alguns pontos nas pesquisas. Antes, Alckmin vivia ouvindo "lições" do que fazer para melhorar o desempenho. Depois da subida - ainda modesta diante da pretensão da aliança PSDB-PFL - Alckmin deu-se ao direito de ouvir menos e falar mais. Neste quesito, seu movimento mais evidente foi o recuo na defesa do fim da reeleição. Ele é a favor da manutenção da reeleição mas, diante da necessidade de conquistar apoio entusiasmado dos correligionários José Serra e Aécio Neves, dois postulantes à candidatura para presidente em 2010 e, portanto, contrários à reeleição, andou declarando-se contrário. Pois bastaram uns pontos a mais nas pesquisas e o tucano voltou à opinião anterior; ao que consta, verdadeira. Em função dos números, os companheiros de aliança passaram a olhar o candidato com mais respeito e gente antes distante passou a freqüentar as reuniões do antes esvaziado conselho político da campanha. Na última estavam lá, disciplinados, Antonio Carlos Magalhães e César Maia. Na seara petista, os índices de Alckmin não provocaram tanta movimentação quando os pontos a mais de Heloísa Helena. A tese da vitória no primeiro turno, antes tida e havida como a verdade universal, foi arquivada em favor de uma torcida sutil para que o presidente Luiz Inácio da Silva dispute a final com a senadora do PSOL. Execrada nos bolsões mais duros e radicais do governismo, Heloísa Helena passou até a ser objeto de arrependimentos pela expulsão do PT em dezembro de 2003. A pesquisa teve o mágico efeito de dar a luz a penitentes que agora reconhecem que a punição extrema pode custar caro, pois, se o oponente do segundo turno for Alckmin, Lula precisará do apoio da senadora. Por isso ele mesmo já providenciou a disseminação da versão segundo a qual a culpa de tudo foi única e exclusivamente de José Dirceu. Ele, Lula, era contra. É assim a natureza humana. Tarda mas não falha. PRECAUÇÃO Além da óbvia necessidade de cobrar uma resposta a quem é, ou foi, dono de mandato público, as notificações a todos os parlamentares citados no escândalo dos sanguessugas têm três razões essenciais. 1. Sem as notificações, a divulgação dos nomes poderá ser contestada junto ao Supremo Tribunal Federal pelos parlamentares, alegando desrespeito do sigilo judicial. As notificações caracterizam uma ação da CPI que, assim, passa a ser "dona" dos nomes. 2. Com elas, os acusados não poderão, como fizeram vários implicados nas investigações do "mensalão", alegar mais tarde que tiveram seu direito de defesa cerceado pela CPI. No ano passado, não foram poucas as excelências que procrastinaram seus processos com esse argumento. 3. As defesas por escrito apresentadas em resposta às notificações é que servirão de base, e "gancho", para a retomada dos processos na próxima legislatura. O CLONE Guardadas as devidas, e indevidas também, proporções, o dono da empresa Planam, Luiz Antônio Vedoin, especializada no ramo da corrupção do Orçamento da União, faz, na máfia das ambulâncias, o papel que foi de Roberto Jefferson na crise da outra máfia, a da base parlamentar. NOVA EDIÇÃO Outro que lembra alguém é o presidente Lula quando se diz vítima de preconceito. Parece Marta Suplicy na campanha de 2004 pela reeleição à Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, Marta tentou se apresentar ao eleitorado como vítima do machismo e dos conservadores. Não colou e, pela mesma razão, fica difícil agora a estratégia dar certo no caso de Lula: se o preconceito tivesse esse poder de fogo e atuasse assim como fator preponderante, nenhum dos dois teria sido eleito. DE VERGONHA A cor vermelha sumiu não apenas dos atos do PT, mas também de outros partidos onde era marca registrada - como o PC do B. Embora com menos empenho, em outras eleições já houve essa tentativa de disfarce a conselho dos marqueteiros. Mas era por razões ideológicas, para não assustar o eleitorado refratário a esquerdismos. O problema agora com o rubro tem relação com aquele que assola as faces. |
Entrevista:O Estado inteligente
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