Qual é o seu lado, Lula?
Ana Maria Pacheco Lopes de Almeida (02/05/06 13:34)
Permitida a reprodução citando a fonte
http://www.e-agora.org.brO presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, além de chamar de "insensata" a decisão do governo boliviano, lembrou bem: a expropriação pode causar prejuízos para 337 mil trabalhadores brasileiros que utilizaram o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para comprar ações da Petrobras.
"O presidente Lula não pode de forma alguma permitir tal quebra de contrato de forma abrupta. O governo brasileiro precisa agir urgente com determinação, já que esta medida afeta diretamente os brasileiros", afirmou.
Além disso, a Força teme que possíveis problemas com o fornecimento de gás para o Brasil possam obrigar as empresar que usam esse combustível a demitir.
"Empresas que utilizam tal produto [o gás] podem ser obrigadas a fechar e dispensar funcionários resultando no aumento do desemprego no país", afirmou Paulinho.
"O presidente Lula não pode de forma alguma permitir tal quebra de contrato de forma abrupta. O governo brasileiro precisa agir urgente com determinação, já que esta medida afeta diretamente os brasileiros", afirmou.
Além disso, a Força teme que possíveis problemas com o fornecimento de gás para o Brasil possam obrigar as empresar que usam esse combustível a demitir.
"Empresas que utilizam tal produto [o gás] podem ser obrigadas a fechar e dispensar funcionários resultando no aumento do desemprego no país", afirmou Paulinho.
Três malucos e um pateta
Ana Maria Pacheco Lopes de Almeida (02/05/06 12:20)
Permitida a reprodução citando a fonte
http://www.e-agora.org.brO governo espanhol do socialista José Luiz Zapatero manifestou ontem mesmo sua "mais profunda preocupação". A União Européia também. O governo do companheiro-irmão-mais-velho Lula está de calça arriada e boca aberta até este momento. Parece aquela personagem de um antigo programa de humor da TV: "ah, é, é?" Ou, na gíria dos adolescentes, batendo com um sorvetão imaginário na testa: "dã, dã".
Na semana passada, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, o segundo em comando e mentor da ideologização da outrora profissional política externa brasileira, passou dias na Bolívia para discutir a encrenca armada pelo irmãozinho Evo com a siderúrgica de Eike Batista, "expulsa" de Santa Cruz de la Sierra. Não conseguiu nada e ainda levou essa humilhante rasteira do índio cocaleiro na Petrobras.
Nem adianta o governo mais pateta de nuestra América vazar a jornalistas amigos que "já esperava por isso." Mentira. Tanto foi apanhado com as calças na mão que Lula curtia o feriado, o chanceler Celso Amorim estava na Suíça e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, comemorava nos Estados Unidos com um grupo de repórteres e autoridades brasileiras a compra da refinaria de Pasadena. Pelo menos a propriedade dessa refinaria está assegurada à Petrobras, porque os Estados Unidos têm a estranha mania neoliberal de não expropriar nem estatizar. Gabrielli não teve saída senão admitir que fora apanhado de surpresa. E voltaram todos às pressas para o Brasil.
Ninguém do governo teve tempo nem sequer de combinar uma mesma versão. Ontem, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), dizia acreditar que Brasil e Bolívia vão chegar a um acordo. O presidente Evo sempre tratou a Petrobras de forma diferenciada de outras empresas, afirmava o petista, para quem "a competência" da diplomacia brasileira e "a boa relação entre os dois países" também vão colaborar para que se chegue "a bom termo para a solução dessa reivindicação do governo boliviano". Na avaliação do senador, como o Brasil tem mais da metade do PIB e da população da América do Sul, "tem uma imensa responsabilidade na região". Além disso, de acordo com ele, o fato de o país ter muitos contratos e relações comerciais com a Bolívia vai obrigar o governo vizinho a respeitar os investimentos da Petrobras.
Tá bom. Enquanto o cardeal petista dava essas explicações fajutas à imprensa depois de participar da festa da CUT na avenida Paulista, outras "fontes" caridosas do governo (?) tratavam de conter o estrago e borrar o atestado de incompetência vazando para O Globo que "a conversa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá hoje por telefone com o presidente da Bolívia, Evo Morales, será dura." Lula dirá, segundo essas "fontes", que "o clima no Brasil é de perplexidade."
Peraí, cara pálida. O clima é de perplexidade no governo Lula, não no Brasil. Há meses a mídia brasileira alerta que o companheiro Evo faria o que fez. Só as Carolinas não viram... No dia 14 de janeiro, por exemplo, o assessor especial de Lula Marco Aurélio Garcia, designado interlocutor privilegiado junto ao governo boliviano, e o próprio Lula eram citados em editorial do Estadão: Em Brasília, o presidente eleito apresentou-se moderado e conciliador. Segundo o assessor Marco Aurélio Garcia, que esteve presente à conversa com o presidente Lula, Evo Morales declarou enfaticamente que não decretará a expropriação de empresas estrangeiras que operam na Bolívia. A adaptação da Petrobrás aos termos da nova Lei de Hidrocarbonetos será negociada por uma comissão mista, encarregada de rever todos os acordos, contratos e convênios firmados entre a Bolívia e o Brasil na área energética. Lula e Morales também discutiram o projeto de construção de um pólo gás-químico na fronteira dos dois países e a situação das duas refinarias de petróleo que a Petrobrás tem na Bolívia.
Palavra de perfeitos palermas. Em fevereiro, pouco antes de embarcar para La Paz, Marco Aurélio Garcia garantia: Existe um ambiente de negociação muito tranqüilo entre os dois países. E agora, qual foi a primeira reação do assessor internacional de Lula e "evista" de primeira hora? Faltam dados do problema, falta uma reflexão coletiva e falta, sobretudo, uma posição do presidente da República no Brasil. Ah, é? Então, devolvam os salários que lhes pagam o povo brasileiro e, em particular, os milhares de pequenos acionistas da Petrobras para que governem e defendam os interesses do país e de suas empresas.
Será que Lula e seus acólitos também não sabem que, por trás do anúncio de Evo Morales, está o grande companheiro Hugo Chávez? Que na antevéspera, sábado 29, Morales e Chávez estavam em Cuba assinando com o comandante Fidel Castro dois acordos – um que incorpora a Bolívia à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), fundada por Cuba e Venezuela em dezembro de 2004, e outro que formaliza a adesão dos três países ao Tratado de Comércio dos Povos (TCP), proposto por Morales?
Bem fez o socialista Tabaré Vasquez, presidente do Uruguai, que anunciou ontem, em Washington, a retirada de seu país como membro pleno do Mercosul. Com a Venezuela entrando, dá para prever a bagunça que Chávez fará no Mercosul. Ao antecipar que pretende pular fora, o presidente uruguaio explicou que seu modelo é o Chile da também socialista Michelle Bachelet, que é apenas membro associado do Mercosul e assina acordos comerciais bilaterais com todo mundo, sem as amarras das regras do pacto.
O fato é que Lula, em sua megalomania de grande líder mundial, foi engolido com casca e tudo por Hugo Chávez e não lidera mais nada nem na América do Sul. Há poucos dias, a revista norte-americana Time trouxe a lista das cem personalidades mais influentes do mundo em 2006. Chávez está lá. Lula, não. Aliás, nenhum brazuca está. O recado do venezuelano é evidente: "queridos, encolhi o Lula". O pior é que o encolhimento de Lula encolhe junto o Brasil e os brasileiros.
Com o argentino Néstor Kirchner enrolado em si mesmo, a chilena Michelle Bachelet e o uruguaio Tabaré Vasquez fazendo seu próprio caminho, os delírios populistas, bolivarianos e autoritários estão por conta dos bons companheiros Fidel, Chávez e Evo Morales. Lula, o bobalhão que nunca sabe de nada, ficou falando sozinho e levando vergonhosas bolas nas costas dos irmãozinhos de fé. Eis aí o retrato do dia. Três malucos e um pateta.
Na semana passada, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, o segundo em comando e mentor da ideologização da outrora profissional política externa brasileira, passou dias na Bolívia para discutir a encrenca armada pelo irmãozinho Evo com a siderúrgica de Eike Batista, "expulsa" de Santa Cruz de la Sierra. Não conseguiu nada e ainda levou essa humilhante rasteira do índio cocaleiro na Petrobras.
Nem adianta o governo mais pateta de nuestra América vazar a jornalistas amigos que "já esperava por isso." Mentira. Tanto foi apanhado com as calças na mão que Lula curtia o feriado, o chanceler Celso Amorim estava na Suíça e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, comemorava nos Estados Unidos com um grupo de repórteres e autoridades brasileiras a compra da refinaria de Pasadena. Pelo menos a propriedade dessa refinaria está assegurada à Petrobras, porque os Estados Unidos têm a estranha mania neoliberal de não expropriar nem estatizar. Gabrielli não teve saída senão admitir que fora apanhado de surpresa. E voltaram todos às pressas para o Brasil.
Ninguém do governo teve tempo nem sequer de combinar uma mesma versão. Ontem, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), dizia acreditar que Brasil e Bolívia vão chegar a um acordo. O presidente Evo sempre tratou a Petrobras de forma diferenciada de outras empresas, afirmava o petista, para quem "a competência" da diplomacia brasileira e "a boa relação entre os dois países" também vão colaborar para que se chegue "a bom termo para a solução dessa reivindicação do governo boliviano". Na avaliação do senador, como o Brasil tem mais da metade do PIB e da população da América do Sul, "tem uma imensa responsabilidade na região". Além disso, de acordo com ele, o fato de o país ter muitos contratos e relações comerciais com a Bolívia vai obrigar o governo vizinho a respeitar os investimentos da Petrobras.
Tá bom. Enquanto o cardeal petista dava essas explicações fajutas à imprensa depois de participar da festa da CUT na avenida Paulista, outras "fontes" caridosas do governo (?) tratavam de conter o estrago e borrar o atestado de incompetência vazando para O Globo que "a conversa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá hoje por telefone com o presidente da Bolívia, Evo Morales, será dura." Lula dirá, segundo essas "fontes", que "o clima no Brasil é de perplexidade."
Peraí, cara pálida. O clima é de perplexidade no governo Lula, não no Brasil. Há meses a mídia brasileira alerta que o companheiro Evo faria o que fez. Só as Carolinas não viram... No dia 14 de janeiro, por exemplo, o assessor especial de Lula Marco Aurélio Garcia, designado interlocutor privilegiado junto ao governo boliviano, e o próprio Lula eram citados em editorial do Estadão: Em Brasília, o presidente eleito apresentou-se moderado e conciliador. Segundo o assessor Marco Aurélio Garcia, que esteve presente à conversa com o presidente Lula, Evo Morales declarou enfaticamente que não decretará a expropriação de empresas estrangeiras que operam na Bolívia. A adaptação da Petrobrás aos termos da nova Lei de Hidrocarbonetos será negociada por uma comissão mista, encarregada de rever todos os acordos, contratos e convênios firmados entre a Bolívia e o Brasil na área energética. Lula e Morales também discutiram o projeto de construção de um pólo gás-químico na fronteira dos dois países e a situação das duas refinarias de petróleo que a Petrobrás tem na Bolívia.
Palavra de perfeitos palermas. Em fevereiro, pouco antes de embarcar para La Paz, Marco Aurélio Garcia garantia: Existe um ambiente de negociação muito tranqüilo entre os dois países. E agora, qual foi a primeira reação do assessor internacional de Lula e "evista" de primeira hora? Faltam dados do problema, falta uma reflexão coletiva e falta, sobretudo, uma posição do presidente da República no Brasil. Ah, é? Então, devolvam os salários que lhes pagam o povo brasileiro e, em particular, os milhares de pequenos acionistas da Petrobras para que governem e defendam os interesses do país e de suas empresas.
Será que Lula e seus acólitos também não sabem que, por trás do anúncio de Evo Morales, está o grande companheiro Hugo Chávez? Que na antevéspera, sábado 29, Morales e Chávez estavam em Cuba assinando com o comandante Fidel Castro dois acordos – um que incorpora a Bolívia à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), fundada por Cuba e Venezuela em dezembro de 2004, e outro que formaliza a adesão dos três países ao Tratado de Comércio dos Povos (TCP), proposto por Morales?
Bem fez o socialista Tabaré Vasquez, presidente do Uruguai, que anunciou ontem, em Washington, a retirada de seu país como membro pleno do Mercosul. Com a Venezuela entrando, dá para prever a bagunça que Chávez fará no Mercosul. Ao antecipar que pretende pular fora, o presidente uruguaio explicou que seu modelo é o Chile da também socialista Michelle Bachelet, que é apenas membro associado do Mercosul e assina acordos comerciais bilaterais com todo mundo, sem as amarras das regras do pacto.
O fato é que Lula, em sua megalomania de grande líder mundial, foi engolido com casca e tudo por Hugo Chávez e não lidera mais nada nem na América do Sul. Há poucos dias, a revista norte-americana Time trouxe a lista das cem personalidades mais influentes do mundo em 2006. Chávez está lá. Lula, não. Aliás, nenhum brazuca está. O recado do venezuelano é evidente: "queridos, encolhi o Lula". O pior é que o encolhimento de Lula encolhe junto o Brasil e os brasileiros.
Com o argentino Néstor Kirchner enrolado em si mesmo, a chilena Michelle Bachelet e o uruguaio Tabaré Vasquez fazendo seu próprio caminho, os delírios populistas, bolivarianos e autoritários estão por conta dos bons companheiros Fidel, Chávez e Evo Morales. Lula, o bobalhão que nunca sabe de nada, ficou falando sozinho e levando vergonhosas bolas nas costas dos irmãozinhos de fé. Eis aí o retrato do dia. Três malucos e um pateta.
Só eles não sabiam
Dolores S. Pimenta (02/05/06 12:10)
Permitida a reprodução citando a fonte
http://www.e-agora.org.brDo leitor José Pires: "Marco Aurélio Garcia, que tem o pomposo cargo de Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, mas que, na verdade, é uma eminência parda do governo Lula (por sinal, eminência parda bem ruidosa) está sem resposta para algo que era previsível. Pois Morales não havia prometido a estatização das reservas naturais de seu país?
Havia. Mas movidos pela engambelação eleitoral já inscrita no gene petista, Lula e seus assessores pensavam que, eleito, Morales iria pelo mesmo caminho.
A política externa que saiu da cabeça de Garcia é brilhante: apoiaram Morales de um modo acintoso, que pareceu até intromissão em assuntos internos bolivianos, mas se esqueceram de acertar compromissos com o governo eleito. Ou foram tapeados, pois é evidente que entre Lula e Chávez o presidente boliviano fica mesmo com Chávez.
É um belo presente de aniversário para a Petrobras que, inclusive, está demonizada como mais uma das grandes corporações do petróleo exploradoras de países