Entrevista:O Estado inteligente

sábado, junho 14, 2008

Radar


Lauro Jardim
e-mail: ljardim@abril.com.br

Alan Marques/Folha Imagem
Toffoli: um desconfiado dentro da grampolândia

A solução para ele
é celular sem bateria

O advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, anda assustado com o fantasma dos grampos. Recentemente, numa conversa em seu gabinete, pediu um favor a seu interlocutor: que ele retirasse a bateria de seu celular. Disse que tinha medo de ser gravado. E, como se fosse um gesto de entendimento, imediatamente tirou a bateria do próprio celular. Deve ser o "efeito Paulo Feijó", o vice-governador do Rio Grande do Sul, que gravou conversas com adversários. Toffoli faria melhor se pedisse uma dica ao precavido senador José Sarney. Tempos atrás, Sarney comprou uma caneta que detecta se o interlocutor está gravando o encontro.

Caso Varig

Curiosidade nacional
Além da VarigLog e da TransBrasil, alguém aí tem a lista dos clientes do advogado-compadre Roberto Teixeira?

Ataques estudados
Um emissário de Denise Abreu foi ao Palácio do Planalto às vésperas de seu depoimento ao Senado para acalmar a turma governista.

Governo

Garibaldi, o insaciável
Lula reclamou com alguns interlocutores do excesso de pedidos de cargos feitos pelos partidos aliados. Disse que, apesar de já ter acertado um pacote de nomeações com cada partido, alguns parlamentares aproveitam a iminência de alguma votação importante para atacar. Um exemplo citado por Lula foi o do presidente do Congresso, Garibaldi Alves.

Brasil

Massacre ao aborto 1
É bom o ministro José Gomes Temporão tomar fôlego. Ele será convidado a defender o aborto numa audiência pública contra sete oponentes. Do outro lado estará um batalhão contra o aborto: o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio, o ministro do STF Carlos Alberto Direito, a ex-senadora Heloísa Helena e quatro pastores evangélicos. O requerimento para o debate será votado na terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que está analisando um projeto de descriminalização da interrupção voluntária da gravidez.

Massacre ao aborto 2
Além do encontro, o massacre à proposta já está assegurado pelo relator e presidente da comissão, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Seu relatório, que deve ser analisado pela CCJ ainda neste mês, será contra o aborto.

Linha dura
A partir de um pedido do ministro Marcos Vilaça, o TCU decidiu apertar o cerco em relação à ação das ONGs na Amazônia: agora, vai auditar todas elas e enviar ao Ministério Público o resultado.

Internacional

Entendendo Obama
Na terça-feira, o embaixador do Brasil em Washington, Antônio Patriota, almoça com Anthony Lake, um dos principais assessores de política externa de Barack Obama. No governo Clinton, Lake integrou o Conselho de Segurança Nacional.

Economia

Quase definido
A negociação para a compra da Texaco pelo grupo Ultra já está nos 44 minutos do segundo tempo. Tem tudo para sair. Mas atenção: GP Investimentos, Cosan e Ale correm por fora. É negócio para ficar entre 1,5 bilhão e 2 bilhões. De dólares.

Cigarro

Quem banca a fumaça nas novelas?
O Ministério da Saúde está no ar com uma campanha que diz: "Sabe por que o cigarro aparece nas telas de cinema e até nas novelas? Porque a indústria do cigarro quer transformar você, que ainda é jovem, em um fumante". Ou seja, insinua que o fumante das novelas seria patrocinado pelas empresas de cigarro, num merchandising disfarçado. Como comercial de cigarro é proibido, o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) mandou um ofício ao ministério pedindo que ele revele em quais novelas essa infração acontece. Com toda a certeza, a insinuação não será provada.

Livros

Record contrata Gleiser
A editora Record comprou o passe do físico Marcelo Gleiser. Seu novo livro, Criação Imperfeita, em que pretende demolir a idéia de que a natureza é regida pela perfeição, sai em 2010.

Pecado na igreja

Janduari Sim Ies/Folha Imagem
Nossa Senhora do Carmo: captou, mas não restaurou

Esta igrejinha em Alcântara (MA), erguida no século XVII, foi reformada no ano passado pelo Iphan por 338 000 reais. Beleza. Mas a tentativa anterior de restauração da Igreja de Nossa Senhora do Carmo acabou em pecado: Alaíde Poquiviqui, ex-presidente da ONG Funativa, captou 745 000 reais pela Lei Rouanet e não concluiu a obra. Pelo visto, ela não se importa com o sétimo mandamento: é a terceira vez que Alaíde capta dinheiro para restaurar igrejas e o desvia. O rombo deixado na praça é superior a 1 bilhão de reais. A quantidade de projetos culturais beneficiados pela Lei Rouanet que foram parar no Tribunal de Contas da União por causa de irregularidades não pára de crescer: em 2008, já foram enviados trinta projetos ao TCU – um recorde.

Com Paulo Celso Pereira. Colaborou Marcelo Bortoloti

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