Entrevista:O Estado inteligente

sábado, junho 21, 2008

Radar Lauro Jardim



e-mail: ljardim@abril.com.br

Dirceu culpa Tarso por ações da PF


Fotos Marcio Fernandes/AE e Marcello Casal Jr./ABR
Dirceu e Tarso: o relacionamento, que já não era bom, azedou de vez

Em conversas com os aliados mais próximos, José Dirceu culpa Tarso Genro pelo envolvimento de seu nome na operação da Polícia Federal que flagrou o ex-prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto Bejani com a mão na massa – aliás, uma farta massa de 7 milhões de reais. Dirceu está espumando de ódio. Acha que tem dedo de Tarso na ação da PF. É uma briga antiga, que ganha cores mais fortes. Quando puder, Dirceu dará o troco.

Governo

De "saco cheio"
Lula anda reclamando de José Gomes Temporão – algo que já fizera no fim do ano passado, mas agora num tom acima. A um interlocutor, Lula se disse de "saco cheio" das reclamações que prefeitos e deputados têm feito do ministro da Saúde. Mais: atribuiu as dificuldades do ministério a "problemas de gestão", e não a falta de dinheiro.

Em busca de apoio
Temporão, aliás, nas últimas semanas andou se encontrando com alguns políticos para tentar construir pontes de apoio.

Eleições 2008

De olho em São Paulo...
Aos mais próximos, Lula tem dito que pouco sairá de Brasília durante o primeiro tempo da campanha (será que ele agüenta?). Só se mexerá no segundo turno. A exceção é São Paulo.

...e em Aracaju
Lula também dará uma atenção especial à disputa em Aracaju. Ali, quer porque quer derrotar o ex-governador João Alves.

Duda e Maluf
Paulo Maluf está trabalhando para que Duda Mendonça volte a ser o seu marqueteiro. Nas conversas iniciais de ambos, a idéia é que a campanha de Maluf à prefeitura paulistana seja usada para "limpar" a imagem do ex-prefeito – já que a vitória é carta fora do baralho. Dentro dessa estratégia, Maluf não faria ataques aos adversários. Falaria de suas propostas e de suas realizações como prefeito. Uma versão 2008 do "Lulinha paz e amor".

Sem limites 1
A votação da reforma eleitoral demorou, demorou e o limite dos gastos de campanha não saiu do papel. O prazo final para que o Congresso estabelecesse, por lei, os valores máximos das campanhas em cada município era dia 10.

Sem limites 2
Agora, sem o limite legal, os partidos poderão gastar quanto quiserem nas campanhas. No registro das candidaturas, eles têm de estabelecer um teto para os gastos, mas o valor pode ser reajustado ao longo da campanha.

Economia

Interesse comum
A possibilidade de o governo aumentar a taxação da extração do minério de ferro levou à união pontual de dois concorrentes: Eike Batista, da MMX, e Roger Agnelli, da Vale. Eles têm conversado. Não faz muito tempo o clima entre as duas empresas não era dos melhores: Eike levou para a MMX alguns talentos formados na Vale e a empresa presidida por Agnelli chiou alto.

Aviação

Cade analisa venda da Varig
Um dos conselheiros do Cade decidiu interromper as férias para que o órgão consiga, finalmente, julgar na quarta-feira a compra da Varig pela Gol, realizada em março do ano passado. Atenção: nesse julgamento não estão em discussão a legalidade da operação nem a notável participação do advogado-compadre, mas simplesmente se o negócio fere as leis da concorrência.

Slots valem ouro
Para aprová-lo, o Cade deverá determinar a devolução de slots da Varig em Congonhas, para que sejam redistribuí-dos pela Anac. A questão é saber quantos. Os slots – autorizações para pouso e decolagem – valem ouro e foram um dos principais motivos de interesse da Gol no negócio.

Futebol

Currículo pré-seleção
Para quem acha que o fiasco de Dunga se deve ao fato de ele nunca ter dirigido um time de futebol antes de virar técnico da seleção, vai uma informação: por dois anos seguidos, o técnico da seleção foi contratado para treinar os times da Odebrecht nas festas de fim de ano da empresa baiana. Está explicado.

Pintou um clima
Vivo e CBF abriram oficialmente uma rodada de negociações para o rea-juste do contrato de patrocínio da seleção pela operadora. Os dois lados passaram os últimos treze meses às turras na Justiça. Motivo: os 4 milhões de dólares por ano do contrato, que a CBF acha defasado. O olho-no-olho entre Roberto Lima, presidente da Vivo, e Ricardo Teixeira, da CBF, deu-se no Rio de Janeiro, há duas semanas.

Showbiz

Os dólares do João
É de 2 milhões de reais o cachê que João Gilberto receberá pelas quatro apresentações (no Rio de Janeiro, em São Paulo e Salvador) que comemorarão os cinqüenta anos da bossa nova.

Os bandidos não livram nem a cara do Rei

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR
Pelé: assaltado quando chegava a Santos


Duas semanas atrás, Pelé ficou sob a mira de revólveres e viveu momentos de medo como um brasileiro comum. Ao chegar a Santos, o motorista do Rei diminuiu a velocidade e o carro (sem blindagem) foi cercado por uns dez adolescentes encapuzados e armados com facas e revólveres. Imediatamente, Pelé abriu a janela e mostrou o rosto. "É o Pelé, é o Pelé", disse, com o seu costumeiro modo de tratar a si mesmo na terceira pessoa. Quando achou que se livrara do perigo, ouviu a batida do cano de um revólver do outro lado. Ele, então, baixou o vidro. O bandido arrancou-lhe um cordão de ouro e exigiu o celular e o relógio. Pelé contou essa história a um pequeno grupo na quarta-feira passada em Belo Horizonte, pouco antes do jogo Brasil e Argentina.

Com Paulo Celso Pereira








Foto Irmo Celso

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