Para presidente francês, conflitos nos subúrbios de Paris foram vandalismo
Paris
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse ontem que a violência nos subúrbios de Paris, deflagrada no domingo após a morte de dois adolescentes, não é sinal de crise social, mas de vandalismo. “Rejeito esse discurso inocente que considera todo delinqüente como vítima da sociedade”, disse. Em discurso diante de 2 mil policiais, em Paris, ele prometeu reprimir o que chamou de “banditocracia” responsável pelos distúrbios que atingiram os subúrbios de Paris esta semana.
Os distúrbios começaram em razão de um acidente envolvendo dois jovens em uma motoneta que morreram em uma colisão com um carro da polícia em Villiers-le-Bel, nos arredores de Paris. Os moradores da região acusam a polícia de ter causado o acidente e de não ter prestado socorro às vítimas.
Durante três noites seguidas, jovens encapuzados queimaram mais de 60 viaturas de polícia e outros veículos e depredaram lojas e prédios públicos. Cerca de 80 policiais ficaram feridos. Os encapuzados usaram paus, pedras, coquetéis molotov e até armas de fogo. A onda de violência terminou na quarta-feira, quando o presidente Sarkozy mandou reprimir os protestos e mobilizou mais de mil policiais, com o apoio de carros blindados e helicópteros.
PASSEATA
Ontem, cerca de 300 pessoas realizaram uma manifestação pacífica em Villiers-le-Bel para lembrar os jovens Mohsin Sehhouli, senegalês de 16 anos, e Lakamy Samoura, um marroquino de 15, mortos no domingo.
Enquanto isso, uma pesquisa divulgada ontem mostrou que a popularidade de Sarkozy está em queda livre. Nos últimos dois meses, de acordo com a sondagem, o presidente perdeu o apoio de 15% dos franceses - se em setembro 64% confiavam em seu governo, em novembro esse índice caiu para 49%.
EFE,REUTERS, FRANCE PRESSE E ASSOCIATED PRESS