O Estado de S. Paulo |
28/11/2007 |
Ontem, o mercado financeiro dos Estados Unidos festejou o anúncio de que o fundo soberano de Abu Dhabi vai injetar US$ 7,5 bilhões no capital do Citigroup. É socorro do céu. O Citigroup está atolado em aplicações hipotecárias de alto risco (subprime) e todos os dias aparece um rombo novo. Neste ano, até segunda-feira, suas ações haviam afundado 46% na Bolsa de Nova York (veja gráfico) e seu presidente, Charles Prince, foi demitido no início deste mês. Embora o Federal Reserve (o banco central americano) mostrasse alguma disposição de escorar os fundamentos do banco, ninguém tinha idéia de como o Citi sairia da encalacrada. Abu Dhabi é o maior dos Emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, localizado a leste da Península Arábica, no sul do Golfo Pérsico. O fundo soberano foi fundado em 1976 e leva o nome de Abu Dhabi Investment Authority (Adia). É o maior dos fundos soberanos hoje existentes. Um estudo recente da Merrill Lynch (The overflowing bathtub, the running tab and SWFs) observa que não há clareza sobre os ativos desse fundo. Avalia que seu patrimônio atinja alguma coisa entre US$ 250 bilhões e US$ 875 bilhões. Esse fundo vai ficar com 4,9% do capital do Citigroup, comprados a preços de pechincha. E será o segundo maior acionista, depois do Capital Group, de Los Angeles, e será seguido pelo bilionário príncipe saudita Alwaleed bin Talai, conforme informa a Bloomberg. Ontem, um alto executivo do Adia entrevistado pela Dow Jones avisou que virão outras compras de posições em bancos americanos. Boa questão a avaliar é a impressionante contradição em que se enrascam os americanos. Esse mesmo fundo de Abu Dhabi foi duramente hostilizado no Congresso americano quando pretendeu usar seus dólares para comprar terminais portuários nos Estados Unidos. Políticos denunciaram então o que entendiam como entrega do controle de posições estratégicas dos Estados Unidos a Estados estrangeiros potencialmente hostis. Agora, esse fundo chega para resolver um problema e já não há a mesma gritaria, embora qualquer um possa garantir que o Citigroup ocupa posição bem mais estratégica no coração financeiro dos Estados Unidos e seus controladores têm acesso a cadastros bem mais valiosos do que qualquer terminal portuário em território americano. Muito provavelmente essa ousadia árabe ainda vai ser objeto de ataques nos Estados Unidos, como acontece em outros países com fundos soberanos de países emergentes. Há alguns meses, um simples boato de que a PepsiCo vinha manobrando para assumir o controle da francesa Danone desencadeou uma campanha nacionalista na França, tipo Asterix contra o Império Romano. E há também a conhecida desconfiança dos alemães contra o que entendem como avanço tentacular da russa Gazprom na zona do euro. É provável que o governo Lula decidiu criar o fundo soberano do Brasil para que um dia tenha alguma parcela do muque agora exibido pelo Adia na aquisição dessa posição no Citigroup. Confira O Abu Dhabi Investment Authority vem mostrando especial apetite por posições em empresas internacionais. Conforme levantamento da France Press, em setembro comprou, por US$ 1,75 bilhão, 7,5% do Carlyle, um dos maiores fundos de investimento dos Estados Unidos. Ainda em setembro, comprou 28% da Bolsa de Londres, da qual o fundo soberano de Dubai ficou com outros 20%. Agora em novembro, adquiriu a American Micro Devices (AMD), vice-líder global na área de microprocessadores. |
Entrevista:O Estado inteligente
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