Entrevista:O Estado inteligente
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sábado, outubro 27, 2007
MELCHIADES FILHO Balé municipal
BRASÍLIA - Para o PMDB, a situação é confortável até 2010. Sem aspirações majoritárias colocadas, nada melhor do que se servir dos cargos e photo ops com o presidente popular. Se em dois anos o projeto "viável" pertencer a um partido de oposição, Aécio por exemplo, o bandeamento será tranqüilis.
Para o PT, não. Pela primeira vez terá de testar o poder de fogo sem o nome de Lula na cédula. Precisará de toda ajuda. Que dirá a do parceiro com mais filiados e a maior penetração no território nacional -uma considerável máquina eleitoral.
Amarrar o PMDB e fazer com que a aliança transcenda de algum modo Lula seria, portanto, fundamental para as pretensões petistas. As eleições municipais do ano que vem, que por enquanto parecem chochas e irrelevantes, se encaixariam nesse xadrez. Elas poderiam ser o momento de renovação do compromisso PT-PMDB. Funcionar como um contrato de gaveta.
O problema é que o petismo não está acostumado a ceder espaço na política. Sua tradição manda despachar os dissidentes e forçar a cabeça de chapa a todo custo.
Sócio bem mais cordato, o PC do B sentiu isso na pele há três anos em Fortaleza. Com o candidato favorito nas pesquisas, viu o PT impor na última hora, e com o apoio do primeiro escalão do governo federal, o nome de Luizianne Lins.
Mais preocupados com as disputas internas, hoje (como sempre) os petistas não parecem dispostos a abdicar do eu-quero-só-pra-mim.
Sem nome competitivo no Rio, por exemplo, rechaçaram nesta semana a idéia de autenticar o candidato do governador peemedebista Sérgio Cabral. Mais: divulgaram o plano de concorrer a quase todas as cem principais prefeituras do país (hoje controlam um quarto delas).
A oposição, tão criticada pela inação, parece ter enxergado adiante. Ampliar o fosso entre PT e PMDB é um objetivo do tucanato quando interfere nas eleições no Congresso e nas labaredas do Renangate.
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