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domingo, outubro 21, 2007

Acervo de Jorge Amado deve ir para os EUA por falta de recursos

Acervo de Jorge Amado deve ir para os EUA por falta de recursos

Plantão Globo on line | Publicada em 21/10/2007 às 13h50m

EFE

SÃO PAULO - O acervo do escritor brasileiro Jorge Amado (1912-2001), com cerca de 250 mil peças de valor histórico e literário, poderá ser doado a uma universidade americana por falta de recursos para preservá-lo, informou este domingo sua família. O neto do escritor, considerado um dos maiores autores do país, João Amado, afirmou em entrevista à TV que vê acontecer com seu avô algo diferente de outras personalidades.

"Outros passaram dificuldade em vida e foram reconhecidas depois de sua morte. Com meu avô foi o contrário", disse o neto do autor de "Dona Flor e seus dois maridos". "Ele recebeu homenagens em vida. Mas agora todo mundo o esqueceu".

O acervo de Jorge Amado está dividido entre a Casa de Cultura de Salvador, na capital da Bahia, e na residência em que o escritor e sua esposa, a também escritora Zélia Gattai, de 91 anos, receberam personalidades da política e da literatura de todo o mundo.

Com freqüentes internações hospitalares por complicações de saúde, a viúva de Jorge Amado deixou há alguns anos de cuidar da casa do Rio Vermelho, onde também estão as cinzas do escritor enterradas ao pé de uma grande árvore.

O escritor João Ubaldo Ribeiro, amigo de Amado e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), lamenta a situação em que se encontra o acervo, que inclui prêmios, documentos cinematográficos e fotográficos de sua obra, e os originais dos livros traduzidos em 19 idiomas, entre outros.

Para Ribeiro, a mudança do acervo para uma universidade americana - a Harvard é uma das que mostrou interesse - "seria uma perda lamentável para a história literária brasileira" e uma falta de respeito "para nosso maior escritor".

Gil, sem Jorge você talvez fosse uma hipótese por João Ubaldo Ribeiro

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