Com suítes de luxo a bordo, o A380 finalmente
faz o seu primeiro vôo comercial
Vanessa Vieira
Fotos Roslan Rahman, James Morgan/AFP |
Cama de casal na suíte da primeira classe: o próximo passo é a instalação de chuveiros |
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O maior avião de passageiros já fabricado, o A380, finalmente fez seu primeiro vôo comercial na semana passada. O gigante de dois andares, pintado com as cores da Singapore Airlines, partiu de Cingapura e aterrissou sete horas depois em Sydney, na Austrália. Os 455 passageiros a bordo compraram seus bilhetes num leilão que rendeu 1,2 milhão de dólares a entidades beneficentes. A estréia do A380 é mais um capítulo de uma novela que se arrasta há quase dois anos, desde que a Airbus, a fabricante do aparelho, anunciou que as 160 encomendas feitas até então sofreriam atrasos em conseqüência de uma série de problemas técnicos. A empresa amargou um prejuízo de 7 bilhões de dólares em multas e cancelamentos de pedidos – agora, anuncia que a produção está entrando nos eixos. No ano que vem serão entregues mais treze aeronaves, que voarão pela Singapore, pela Emirates, companhia aérea dos Emirados Árabes, e pela Qantas, da Austrália.
O A380 é tão grande que as companhias aéreas podem oferecer aos passageiros serviços inéditos na história da aviação. Na configuração feita pela Singapore em sua primeira classe, há doze suítes separadas entre si por portas de correr, com privacidade para os passageiros. Algumas delas podem ser unidas duas a duas, ganhando camas de casal. Os travesseiros e as almofadas levam a grife Givenchy. Todas as suítes têm TV de cristal líquido de 23 polegadas e conexão para laptop. Na parte superior do avião, os passageiros da classe executiva têm à disposição uma cafeteria completa, com mesinhas e sofás para relaxar durante o vôo. Os passageiros da classe econômica contam com 100 opções de filme, 180 programas de TV, jogos em 3D e um acervo de 700 CDs de música. O A380 tem capacidade para até 853 passageiros, mas as companhias aéreas, que desejam transformá-lo em hotel de luxo voador, optam por configurações com apenas a metade disso.
A Emirates, que já oferece em seus aviões A340-500 suítes privadas com guarda-roupas, minibar, poltronas de massagem e refeições à la carte, pretende agora dotar os banheiros da primeira classe e da classe executiva do A380 de chuveiros. O vôo na primeira classe da Singapore Airlines entre Cingapura e Sydney, um trecho equivalente a São Paulo–Miami, custa 7.400 dólares, cerca de 2 000 dólares mais do que o mesmo vôo feito no veterano Boeing 747, o Jumbo. Como nos hotéis, o luxo sempre custa mais caro.
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