Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, setembro 06, 2007

CLÓVIS ROSSI Um cadáver no Senado



SÃO PAULO - Lembra-se de que Renan Calheiros, acuado pela catarata de acusações que pesam contra ele, inventou mais uma teoria da conspiração, tão descerebrada quanto aquela que o lulo-petismo criou, também para fugir dos fatos?
Para Calheiros, o alvo não era ele, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no que seria um "terceiro turno".
Pois é. Na votação de ontem, no Conselho de Ética, todos os três senadores do PT integrantes do Conselho, todos, repito, votaram pela cassação do presidente do Senado.
Vê-se, pois, que o PT aderiu em bloco à conspiração e está querendo, portanto, o tal "terceiro turno" contra Lula. Ridículo, não?
Mas é dessas ridicularias que vivem muitos petistas (todos os acusados de "formação de quadrilha"), alguns intelectuais e jornalistas chapa-branca.
Aliás, não se ouviu ou leu, até agora, uma única avaliação de filósofos e sociólogos do lulo-petismo sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de transformar em réus todos os 40 acusados pelo mensalão, entre eles três ministros de Lula, dois presidentes do PT e outros altos quadros tanto do PT como de partidos aliados.
Não vão, pelo menos, repetir a idiotia da teoria conspiratória?
Quanto a Calheiros, nada há a acrescentar ao muito que já foi dito.
Quando o Conselho de Ética do Senado aprova relatório que pede a cassação do presidente da Casa, em qualquer país civilizado do planeta, o suspeito entregaria o cargo de imediato, por ter perdido completamente as condições de presidir o que quer que seja.
Note-se que a oposição tinha apenas seis dos 15 votos possíveis. O pedido de cassação foi aprovado por 11 votos, o que significa que cinco senadores da base governista votaram contra Calheiros.
Pode até ser que o plenário o absolva. Mas estará absolvendo um cadáver insepulto.

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