Entrevista:O Estado inteligente

sábado, novembro 04, 2006

Sabrina, a cobaia do Pânico na TV

A mulher-cobaia

Sabrina Sato sofre – mas ganha
um dinheirão e tem prestígio
nos bastidores do Pânico


Marcelo Marthe

Alex Korolkovas
Sabrina, a "Carla Perez do Oriente": "Sou burra mesmo. E me dei bem"


Neste domingo, 5, Sabrina Sato mais uma vez se verá em apuros. Depois de ficar exposta num caixão, será enterrada numa cova, sob os olhares escrachados de seus colegas do programa Pânico na TV. Perfeita tradução brasileira do Jackass, atração da MTV americana em que marmanjos realizam tarefas tão arriscadas quanto nojentas, a ex-"revelação" do Big Brother encontrou no emprego de mulher-cobaia o seu espaço na TV. Sabrina encarnou tão bem o papel que hoje desfruta status semelhante ao de seus colegas na RedeTV!. Ela participa das reuniões de pauta e discute com os produtores os detalhes de suas aventuras. Também retira seu naco do faturamento do Pânico – que se tornou o carro-chefe da emissora graças à combinação de baixo custo de produção e boa receita publicitária. Entre salário e merchandising, ela chega a faturar 40.000 reais por mês.

Em três anos no Pânico, Sabrina já levou um tiro vestindo um colete à prova de balas e extraiu sêmem de um porco. Enfrentou um enxame de abelhas, comeu minhocas e nadou com arraias na semana em que a ferroada de um desses bichos matou o apresentador australiano Steve Irwin. Enquanto o pessoal do Jackass posa de valente, o Pânico vende a idéia de que Sabrina é pega desprevenida. De fato, usa-se de algum fator-surpresa para dar realismo a suas reações. Em abril passado, quando o Ministério da Justiça reclassificou o programa das 6 para as 8 da noite de domingo, por causa do apelo sensual das aparições da moçoila, Sabrina recebeu no ar a informação de que seria demitida – e caiu no choro. "Só depois a gente revelou a brincadeira e contou que sua saída viraria uma novelinha", diz Emílio Surita, líder do grupo.

Mas há também uma dose de cálculo nas aventuras de Sabrina. Um dublê, Hélio Febronio, monitora as situações que envolvem perigo. "No dia em que ela teve de atravessar uma passarela entre dois balões só de lingerie, eu estava ali para segurar as pontas", conta ele. No mais das vezes, não há risco – tome-se seu mergulho num aquário com um peixe que, ao contrário do anunciado, não tinha nada de "elétrico". Ainda assim, já cortou a mão ao ser presa num sarcófago com cobras e machucou o cóccix ao cair do lombo de um avestruz. "Meu papel é ser jeca", diz ela. Apelidada pelos colegas de "Carla Perez do Oriente" e "mulher-lagosta" (por só freqüentar a mesa de namorados ricos), Sabrina é imune a dilemas existenciais. "Quando perguntam se sou burra ou faço um tipo, respondo que sou burra mesmo. E me dei bem com isso", diz.

OS APUROS DE SABRINA

Fotos divulgação
Corrida de avestruz: lesão ao cair do lombo da ave
Amarrada no palco: tortura de cabeça para baixo
Mergulho no aquário: peixe não tinha nada de "elétrico"

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