Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, novembro 16, 2006

RECUO ESTRATÉGICO Dora Kramer



Podem ter 'n' motivos os pedidos de demissão de Luiz Gushiken e Gilberto Carvalho, menos o alegado por ambos: que saem para abrir espaço à 'renovação' da equipe e permitir a integração de novos aliados ao ministério.

Houve quem interpretasse os gestos como uma 'senha' aos petistas no governo, para que também pedissem demissão, de modo a deixar o presidente à vontade para fazer mudanças. Além de ingênua, essa leitura bate de frente com o fato: nenhum dos dois cargos está na roda das tratativas com os partidos.

Gilberto Carvalho é secretário particular, lugar não aberto às negociações políticas. E o posto de Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, não teve outra utilidade a não ser abrigar Gushiken no Palácio do Planalto quando ele precisou deixar a Secretaria de Comunicação de Governo por causa do escândalo do mensalão, que viria a lhe render as acusações de corrupção ativa e tráfico de influência na denúncia do procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal.
Carvalho é personagem de duas outras complicações: foi citado pelos irmãos de Celso Daniel como conhecedor dos negócios de corrupção que levaram ao assassinato do então prefeito de Santo André, em janeiro de 2002, e trocou telefonemas com Jorge Lorenzetti, coordenador da operação dossiê, no dia da prisão dos petistas encarregados de comprar e divulgar material contra os tucanos.

O presidente Lula não pode se precaver 100% contra novos escândalos, mas pode tomar medidas preventivas para evitar que os velhos lhe criem mais problemas por conta da proximidade de seus protagonistas.
Apenas para não perder a mania: E AS
CARTILHAS, GUSHIKEN?

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