FSP
Ainda que não tenha sido taxativo, o reconhecimento indireto de que toda a Executiva Nacional do PT sabia do uso de dinheiro "por fora", feito à Folha pelo ex-secretário petista Silvio Pereira, tem três méritos imediatos. Mostrar que alguém na alta direção partidária, entre os 20 integrantes afora Delúbio Soares, deixou de fugir à sua responsabilidade pelo menos em um ponto específico, é um feito e tanto no neopetismo.
Além disso, Silvio Pereira comprova em parte, e desmascara, o acordo da cúpula petista para lançar todas as responsabilidades em Delúbio Soares e sair de fininho. Por fim, as reações a Silvio Pereira já produziram acréscimos valiosos, ainda que não pretendidos pelos autores.
Só por aí, a reconvocação de Silvio Pereira pela CPI dos Correios já se justifica. Mas se abrem questões novas. O senador petista Delcídio Amaral, por exemplo, a meio de uma de suas pequenas entrevistas sobre o assunto, deixou uma frase merecedora de consideração: "A Executiva do PT reconhecia um grau de informalidade no financiamento. Isso faz parte da cultura nacional. Não era só o PT. A informalidade é um ingrediente dos financiamentos dos partidos, mas a profundidade do caixa dois não era do conhecimento da Executiva".
Ocorre que Delcídio Amaral integra a Executiva atual do PT e ocorre que preside a CPI investigadora das fontes financeiras da tal informalidade. Ocorre, ainda, que não existe "um grau de informalidade no financiamento" ilegal dos partidos e, diferente dele, uma "profundidade do caixa dois" que opera com o dinheiro ilegal. Ambos constituem o mesmo crime. E agora se vê que o presidente da CPI sabia ser do conhecimento da Executiva do seu partido a prática petista dessa ilicitude. Sabia sem o dizer. É mais um aspecto interessante do escândalo: seria o caso de ter o próprio presidente da CPI depondo sobre ilicitudes do seu partido e dos companheiros que lhe deram a presidência das investigações?
O que vale
O documento do Banco Central que petistas estão invocando, como prova dos empréstimos bancários ao PT via Marcos Valério, não merece crédito. E não só por proceder do setor de Fiscalização do BC, aquele que se surpreende tanto quanto nós outros a cada um dos seguidos estouros de bancos.
Aqui ficou dito, algumas vezes, que a resposta à existência, ou não, dos empréstimos requeria a simples verificação contábil do movimento de caixa do banco em questão. Se houve empréstimo, o dinheiro correspondente saiu do caixa na data indicada à CPI por Valério ou pelo banco. Na semana passada, a comissão do sub-relator deputado Gustavo Fruet deu a resposta: não foi encontrada saída de dinheiro correspondente aos documentos de empréstimos. Logo, não há o que discutir: o documento do Banco Central não vale nada, o que ofereceria confirmação eram saídas de caixa, no entanto inexistentes.
Comentário
A senadora Ideli Salvati considerou injusto o comentário aqui, no domingo, sobre manobra dos petistas para negar quórum à sessão que votaria a convocação, para a CPI dos Correios, de representantes de corretoras. Argumenta a senadora que, além de petistas terem precisado estar nas comissões técnicas que integram (caso, por exemplo, de Maurício Rands), também a bancada oposicionista desfavoreceu o quórum, com outra ausências. Os próprios autores do requerimento de convocação das corretoras, Antonio Carlos Magalhães Neto e Onyx Lorenzoni, ausentaram-se na quinta-feira precedente, que também votaria convocações. Ainda segundo a senadora, o PT não se opõe à convocação das corretoras.
A manobra petista, aqui comentada, foi noticiada pelos jornais em geral, na TV e em rádios. Ideli Salvati afirma que contestou notícia, porém em âmbito limitado.
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