Daqui a dois meses e meio, na segunda quinzena de janeiro, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, tira uma licença de um mês do cargo e se inscreve nas prévias do PMDB para tentar a indicação do partido como candidato a presidente da República. "Posso perfeitamente ser de novo uma grande zebra, representar uma novidade, a alternativa a esta polarização entre PT e PSDB", diz ele, referindo-se à campanha para o governo do Estado em 2002, que começou partindo de um patamar de 2,5% nas pesquisas e terminou batendo os dois adversários, Olívio Dutra e Antônio Brito, que dividiam as preferências do eleitorado com 40% cada um. Por enquanto, Germano Rigotto é o único adversário interno de Anthony Garotinho, cuja inscrição nas prévias foi feita há dez dias para marcar posição e garantir espaço para sua candidatura desde já. Na opinião de Rigotto, um lance de efeito, já que o prazo de inscrição vai até 15 de fevereiro. Mas, como a batalha da comunicação é essencial na guerra eleitoral, o governador resolveu sair do recolhimento que se havia imposto e, ainda um pouco reticente, assumir o desejo que alimenta há tempos. Sem apoio integral no partido, cujas alas manifestam preferências diversas, mas sustentado na significativa rejeição interna ao nome do ex-governador do Rio de Janeiro, Germano Rigotto admite a candidatura, mas ainda não assume atitude de pré-candidato. Reconhece que tem desvantagens em relação a Garotinho, sendo a principal delas a impossibilidade de deixar o governo agora para se dedicar à campanha: seja percorrendo os Estados em busca de apoios nos diretórios e entre os cerca de 25 mil votantes País afora, seja cuidando de se tornar conhecido do eleitorado em nível nacional. "Garotinho faz um ótimo trabalho para o partido, que é garantir a realização das prévias e a consolidação da tese da candidatura própria. No momento ele está sozinho na disputa porque tem disponibilidade de tempo, conta com forte estrutura, é oriundo de um Estado politicamente importante e conta com índices nas pesquisas resultantes de disputas anteriores", analisa. Germano Rigotto não superdimensiona seu capital, mas também não o considera desprezível: "Tenho mais identidade com o PMDB, onde estou desde 1974, não conto com rejeição nem sofro questionamentos de qualquer ordem, moral ou política. Como a campanha para valer ocorre no rádio e na televisão, meu potencial de crescimento acaba sendo uma grande vantagem." Mas isso é coisa para uma etapa posterior às prévias do dia 5 de março de 2006, assim como prefere aguardar a transposição dessa fase para abrir negociações concretas com outros partidos visando à formação de alianças. Conversas aqui e ali, pelo telefone e em encontros episódicos, Rigotto já vem tendo com o PFL, o PDT e o PPS. "O PMDB não pode se isolar." Mas, e se o PMDB resolver, como já ocorreu em eleições anteriores, isolar seu candidato e abandoná-lo em troca de parcerias mais proveitosas? "Isso foi em outras épocas e guarda mais relação com as circunstâncias dos candidatos do que propriamente com uma suposta vocação do partido para cristianizar os seus." Além do mais, o governador sente desta vez um desejo muito mais firme do PMDB de conquistar o poder do que de continuar sendo sócio minoritário do governo dos outros. "Quem imagina que o partido fala em candidatura própria só como estratégia de valorização eleitoral para negociar seu apoio vai ser desmentido pelos fatos." Cita, como exemplo, o cronograma já oficializado das prévias. Daqui a um mês, em 30 de novembro, todos os diretórios deverão escolher os locais de votação e, no dia seguinte, formalizar o registro junto ao Diretório Nacional. Em 15 de fevereiro acaba o prazo de inscrição dos candidatos, dez dias depois é publicado o edital de convocação, em 5 de março realiza-se o primeiro turno e, se houver necessidade, no dia 12 os finalistas disputam a vaga no segundo turno. Vetos ao léu O senador Marco Maciel pesquisou nos escaninhos do Congresso e descobriu que existem 500 vetos presidenciais pendentes, à espera de votação. São relativos a 86 projetos de lei (há mais de um veto em cada projeto) dos governos Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva. O atraso, portanto, remonta ao ano de 1994. "É evidente o prejuízo que isso traz à segurança jurídica do País, pois o processo legislativo fica inconcluso", diz. A razão do passivo, explica o senador, é a redução do quantidade de reuniões conjuntas da Câmara e do Senado que, pela Constituição, são responsáveis pelo exame de vetos presidenciais e pela aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias do Orçamento e da concessão de créditos suplementares. Até 2001, o Congresso também era obrigado a se reunir para votar medidas provisórias, agora examinadas separadamente pela Câmara e pelo Senado. Marco Maciel apresentou há 15 dias uma emenda constitucional para que os vetos obedeçam à mesma sistemática, dispensando a análise conjunta do Congresso.
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