Irmão de Celso Daniel teme ser a próxima vítima
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Desde que soube que o legista Carlos Delmonte Printes havia sido encontrado morto em seu escritório, em São Paulo, ele e o irmão Bruno Daniel vivem entre o medo de virar "a próxima vítima" e a vontade de ter esclarecido o crime, que há quatro anos chocou o País.
"Há uma preocupação agora. É mais uma testemunha importante que morre (sete pessoas ligadas ao caso morreram)", relata João Francisco, que mesmo morando em Salvador teme por sua segurança. Bruno Daniel foi além. Ele e sua mulher, Marilena, foram na sexta-feira ao 78.º Distrito Policial, em São Paulo, para declarar oficialmente à delegada Elizabeth Sato sua preocupação em relação ao caso e pedir segurança.
Para Bruno, pode haver relações entre a morte do legista e o assassinato de Celso Daniel. Ele esteve, pela manhã, no cemitério israelita do Butantã, antes do enterro de Delmonte.
"Ele (o legista) foi extremamente corajoso ao recolocar a questão da tortura e das circunstâncias da morte. Ele estava trabalhando em um laudo complementar com uma série de quesitos para indicar mais evidências a respeito do que ocorreu com o Celso", afirmou o irmão, ao apontar a necessidade de investigação do caso. "Agora nós temos uma dupla tarefa, porque nós achamos que as circunstâncias da morte dele também têm que ser investigadas."
O perito Carlos Delmonte indicou, em janeiro de 2002, que Celso Daniel havia sido torturado cruelmente no cativeiro antes de ser assassinado, o que reforça a teoria da família de que o prefeito foi morto por encomenda por um grupo de políticos e empresários envolvidos em corrupção na prefeitura de Santo André.