blog do Noblat
Nota oficial assinada pelos presidentes do PT, PC do B e PSB e distribuída hoje:
"Os partidos manifestam, de comum acordo, a disposição de prosseguir no diálogo ora restaurado, intervir de forma articulada na discussão do orçamento público para o próximo ano, através de sua base parlamentar, e aprofundar o debate com vistas às questões programáticas vinculadas às eleições de 2006.
(Comentário meu: Por ora, são esses os partidos com os quais contará Lula para tentar a reeleição.
O PMDB deve lançar candidato próprio - ou se dividir e não apoiar oficialmente nenhum.
PP, PTB e PL, os partidos da base do mensalão junto com o PT, vão deixar o tempo passar.
Pesquisas de intenção de voto mais à frente poderão indicar para que lado eles irão - oposição ou governo.)
Os partidos manifestam, igualmente, a disposição de desenvolver um esforço político no sentido de buscar acordo na formulação de um projeto de Nação que, combinando desenvolvimento com inflação baixa, promova altas taxas de crescimento, inclusão social pelo emprego, acelerada distribuição de renda, redução drástica da taxa de juros e democratização das decisões públicas.
É possível e necessário mudar profundamente o Brasil.
(Comentário meu: Êpa! Clonaram o discurso da eleição de 2002. Ou melhor: os discursos.
Naquele ano, Lula usou um discurso mais forte, digamos mais à esquerda, destinado ao público em geral. E outro, o da Carta aos Brasileiros, endereçado na verdade aos banqueiros, empresários e eleitores reticentes.
Com o primeiro discurso, segurou os votos que sempre foram dele desde a primeira tentativa de se eleger presidente em 1989 - algo como 30% do total.
Com o segundo discurso, avançou sobre mais um terço do eleitorado, aquele que poderia elegê-lo ou não.
O resto do eleitorado jamais votaria nele. Jamais votará.
O trecho acima da nota dos três partidos combina os dois discursos. Fala de inclusão social, altas taxas de crescimento, juros mais baixo, acelerada distribuição de renda, mas desde que a inflação permaneça sob controle.
Palocci assinaria embaixo. José Dirceu, também.)
Os partidos manifestam, finalmente, a sua posição de defesa da estabilidade política do país, do governo do presidente Lula, da transparência da vida pública, com o aprofundamento das investigações, para combater a corrupção sistêmica no Estado brasileiro, acelerada nos últimos anos pelas privatizações selvagens, comandadas pelo governo FHC, e pelos financiamentos ilegais das campanhas eleitorais.
(Comentário meu: Aqui, o notável é a cegueira voluntária dos três partidos à corrupção "sistêmica no Estado brasileiro" acelerada nos últimos anos pelo governo Lula.
Eles debitam a corrupção ao governo anterior. Debitam os financiamentos ilegais de campanhas aos governos anteriores.
Como se não tivesse existido mensalão, caixa dois do PT, troca de apoios por cargos na administração pública, enfim todas essas coisas que afloraram de alguns meses para cá.)
O PT, o PC do B e o PSB assumem o compromisso de manter aceso o diálogo visando à construção de um projeto nacional fundado no desenvolvimento, na democracia, na soberania, no estímulo aos setores produtivos e valorização do trabalho, e, finalmente, no combate ao rentismo especulativo que promove a concentração de renda e o aumento da dívida pública."