FOLHA DE S PAULO
A pesquisa rodoviária está completando dez anos em 2005. A Confederação Nacional do Transporte ampliou o número e a extensão das estradas estudadas. Foram pesquisados cerca de 82 mil quilômetros de rodovias federais, estaduais e municipais. Esperava-se uma expressiva melhoria. Mas deu o contrário. A maior parte da malha rodoviária está em má condição no que tange a pavimentação, sinalização e geometria.
Ao combinar esses três critérios, verificou-se que 72% das rodovias brasileiras caem na classificação de "deficientes", "ruins" ou "péssimas". É uma vergonha. Apenas 28% apresentam condições adequadas para um transporte rápido e seguro. As piores estradas estão sob gestão do governo. As melhores, sob a gestão das concessionárias (CNT, "10ª Pesquisa Rodoviária", Brasília, 2005).
A precariedade das rodovias constitui um estrangulamento gravíssimo para o desenvolvimento do Brasil. Para começar, os 180 mil quilômetros de estradas pavimentadas são irrisórios em vista do tamanho continental do país. Países bem menores possuem mais do que isso, como é o caso da Ucrânia (236 mil quilômetros), Polônia (249 mil), Espanha (343 mil), Inglaterra (371 mil), Alemanha (650 mil), Itália (668 mil), Japão (863 mil) e França (892 mil) ("The World Factbook", 2003).
O Brasil não consegue transportar adequadamente tudo o que produz. A nossa malha ferroviária também é ridícula. Em 1940, o Brasil tinha cerca de 34 mil quilômetros de estradas de ferro, o que já era pouco. Hoje, temos menos de 30 mil. Retrocedemos. Com isso, transportamos apenas 23% da carga do país, enquanto a média dos grandes países é de 40%, e a da Rússia é de mais de 80%.
Ou seja, a minúscula malha ferroviária faz um contraponto envergonhado às rodovias em decomposição. Isso resulta dos baixos investimentos em infra-estrutura, apesar de tantas promessas do governo. Enquanto patinamos, os nossos competidores vêm cuidando de reforçar suas redes de transporte, fontes de energia, armazenamento e portos.
O Brasil está muito aquém do que poderia estar. No campo das exportações -em que o sucesso recente é inegável-, a nossa participação no comércio internacional é de apenas 1,08%. Isso não combina com o tamanho do país e com a capacidade da sua gente.
É inaceitável ver o Brasil tão mal representado nas exportações mundiais. A nossa competitividade ainda é reduzida, quando comparada com a dos países mais avançados. Muitos pensam que isso se deve à incapacidade dos produtores e dos trabalhadores. Falso. As nossas imensas potencialidades estão sendo solapadas por problemas que estão fora das empresas e das fazendas. São impedimentos relacionados às dívidas, juros, tributos e transporte.
Para os que desejam levar avante o argumento de que nossa economia está blindada, convém que se concentrem na resolução desses problemas. Seria tão bom se nossos líderes se empenhassem em fazer as reformas estruturais da mesma forma como desempenham diante das televisões que registram as CPIs.
Entrevista:O Estado inteligente
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