Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 16, 2005

VALDO CRUZ Do alívio à tensão

Folha de S Paulo
 BRASÍLIA - De otimistas a preocupados. Foi assim que oscilou o estado de espírito de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre ontem e anteontem. A sensação entre governistas era que a semana iria terminar bem, com um certo "alívio" para o chefe, que estava passando uns dias em Paris.
Afinal, saiu uma pesquisa indicando que a imagem presidencial e do governo não foi afetada pela crise política. E que o presidente Lula continua favorito na eleição de 2006.
A PF apreendeu uma mala com R$ 10 milhões com um pefelista da Igreja Universal. Fez ainda uma operação na loja mais luxuosa do país, a Daslu, com cenas de prisão da dona.
O clima mudou ontem. A sensação de "alívio" sumiu depois que o empresário Marcos Valério Fernandes propôs um acordo ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza -conta o que sabe em troca de redução de eventuais e prováveis punições.
Começaram a circular rumores de que ele entregaria todo o esquema. Só que uma nota divulgada à noite pelo empresário indica que ele está montando uma versão para explicar a dinheirama entregue por suas empresas a políticos aliados do PT.
Ao dizer que tomava empréstimos em nome de suas agências e repassava o dinheiro a pessoas indicadas por Delúbio Soares, Marcos Valério fez questão de dizer que o "socorro financeiro" era para saldar dívidas de campanhas eleitorais.
Tenta, com isso, tirar o foco do "mensalão". Tudo não passaria de grana para socorrer aliados endividados. Vai colar? Dificilmente. Afinal, até aqui, todos negavam receber dinheiro do empresário.
Para complicar a situação, além das novas declarações de Valério, a PF está prestes a identificar os sacadores de dinheiro no Banco Rural. Informações preliminares indicam que são todos ligados a parlamentares aliados do PT.
O fato é que o clima vai esquentar. Tudo o que o presidente não queria encontrar no seu retorno de Paris.

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