Folha de S Paulo
Os sócios do Banco Pactual entram em contato para prestar informações sobre a instituição. Estão em negociação com o Goldman Sachs para a venda do banco por meio de paraísos fiscais a fim de não pagar imposto sobre ganhos de capital.
Sustentam que não é venda. Seria uma fusão com a operação da Goldman Sachs para a América Latina. Admitem que a operação latina da Goldman é pequena, mas informam que a diferença será paga em ações.
Não é bem assim. Existia uma brecha (questionável) na lei a qual diz que, quando há troca de participações, o ganho de capital somente seria tributado numa eventual distribuição. Essa brecha facilitou a chamada "operação ágio". Abria-se uma holding, o vendedor colocava as ações e o comprador colocava dinheiro. No mesmo dia, fazia-se uma cisão, o vendedor saía com uma empresa com "cash", e o comprador, com outra com as ações. O vendedor nunca distribuía esse "cash" e, portanto, nunca era tributado.
Há alguns anos, o governo criou uma norma que dificulta essa operação. Para continuar burlando a lei, alguns advogados montaram uma operação similar, mas com pagamento em ações, para reforçar o argumento da troca de participação.
No caso em questão, as ações do Goldman Sachs são liquidas, e o pagamento em ações ao Pactual representaria menos de 0,8% do seu capital. Os atuais acionistas sustentam que ficarão com 55% do pactual. Mas sabe-se que não terão nenhum direito especial com as ações do Goldman, não participarão do conselho, não terão nenhuma influência na sua administração. Alem disso, estão exigindo que as ações recebidas sejam registradas na Bolsa de Valores de Nova York e querem liberdade para vendê-las imediatamente. A isso se chama pagamento disfarçado, elisão fiscal.
A engenharia fiscal
É importante notar que o Pactual tem o POBT, seu banco nas Bahamas. Seus dados não são consolidados nem registrados no Banco Central -embora sejam nas empresas de "rating". Grande parte do seu lucro histórico está concentrada em poucas transações, que ocorreram concomitantemente a poucos eventos macroeconômicos no Brasil. Essa estrutura impede os reguladores de realizar testes comuns para analisar existência ou não de "insider information", como confrontar tais dados com os das operações no Brasil, com as posições de clientes, verificar o acesso de executivos e "traders" a determinadas informações, comparar as operações com a de bancos competidores no mesmo momento etc.
O Pactual não é a Daslu nem o Toninho Barcelona. É um primor de competência técnica. Mas isso não desobriga seus sócios do pagamento de Imposto de Renda sobre ganhos de capital.
Kakay
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, escreve para negar que tenha participado da reunião entre o Opportunity e o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, que tratou dos problemas do banco com os fundos de pensão -fato divulgado pelo "Estado de S. Paulo", com base em fontes do banco, e comentado pela coluna. Também não sabe dizer os motivos de seu nome ter sido mencionado.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2005
(4606)
-
▼
julho
(532)
- Do foguetório ao velório Por Reinaldo Azevedo
- FHC diz que Lula virou a casaca
- DORA KRAMER A prateleira do pefelê
- Alberto Tamer Alca nunca existiu nem vai existir
- Editorial de O Estado de S Paulo Ética do compadrio
- LUÍS NASSIF A conta de R$ 3.000
- As elites e a sonegação JOSÉ ALEXANDRE SCHEINKMAN
- Lula se tornou menor que a crise, diz Serra
- JANIO DE FREITAS A crise das ambições
- ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES Responsabilidade e amor ...
- ELIANE CANTANHÊDE É hora de racionalidade
- CLÓVIS ROSSI Não é que era verdade?
- Editorial de A Folha de S Paulo DESENCANTO POLÍTICO
- FERREIRA GULLAR:Qual o desfecho?
- Editorial de O Globo Lição para o PT
- JOÃO UBALDO RIBEIRO Não é por aí
- Miriam Leitão :Hora de explicar
- Merval Pereira Última instância e O imponderável
- AUGUSTO NUNES :A animada turnê do candidato
- Corrupção incessante atormenta a América Latina po...
- Blog Noblat Para administrar uma fortuna
- Diogo Mainardi Quero derrubar Lula
- Tales Alvarenga Erro tático
- Roberto Pompeu de Toledo Leoa de um lado, gata dis...
- Claudio de Moura Castro Educação baseada em evidência
- Dirceu volta para o centro da crise da Veja
- Ajudante de Dirceu estava autorizado a sacar no Ru...
- Até agora, só Roberto Jefferson disse a verdade VEJA
- O isolamento do presidente VEJA
- VEJA A crise incomoda, mas a economia está forte
- veja Novas suspeitas sobre Delúbio Soares
- VEJA -A Petrobras mentiu
- Editorial de O Estado de S Paulo A conspiração dos...
- DORA KRAMER O não dito pelo mal dito
- FERNANDO GABEIRA Notas de um pianista no Titanic
- Economia vulnerável GESNER OLIVEIRA
- FERNANDO RODRIGUES O acordão
- CLÓVIS ROSSI A pizza é inevitável
- Editorial de A Folha de S Paulo A SUPER-RECEITA
- Editorial de A Folha de S Paulo O PARTIDO DA ECONOMIA
- Zuenir Ventura O risco do cambalacho
- Miriam Leitão :Blindada ou não?
- A ordem é cobrar os cobradores
- Mas, apesar disso, o PSDB e o PFL continuam queren...
- Em defesa do PT Cesar Maia, O Globo
- Senhor presidente João Mellão Neto
- Editorial de O Estado de S Paulo 'Novo fiasco dipl...
- Editorial de O Estado de S Paulo 'Erros', fatos e ...
- DORA KRAMER Um leve aroma de orégano no ar
- Lucia Hippolito :À espera do depoimento de José Di...
- LUÍS NASSIF Uma máquina de instabilidade
- ELIANE CANTANHÊDE Metralhadora giratória
- CLÓVIS ROSSI Socorro, Cherie
- Editorial de A Folha de S Paulo SINAIS DE "ACORDÃO"
- Editorial do JB Desculpas necessárias
- Villas-Bôas Corrêa A ladainha dos servidores da pá...
- Editorial de O Globo Acordo do bem
- Miriam Leitão :Apesar da crise
- Luiz Garcia A CPI e os bons modos
- Merval Pereira Torre de Babel
- DILEMA PETISTA por Denis Rosenfield
- Ricardo A. Setti Crise mostra o quanto Lula se ape...
- Um brasileiro com quem Lula preferiu não discutir ...
- Editorial de O Estado de S Paulo Do caixa 2 ao men...
- Que PT é esse? Orlando Fantazzini
- Alberto Tamer China se embaralha para dizer não
- DORA KRAMER Elenco de canastrões
- LUÍS NASSIF Uma questão de tributo
- PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. Antídoto contra a mudança
- JANIO DE FREITAS Questão de ordem
- Responsabilidade DENIS LERRER ROSENFIELD
- DEMÉTRIO MAGNOLI A ética de Lula e a nossa
- ELIANE CANTANHÊDE Caminho da roça
- CLÓVIS ROSSI Legalize-se a corrupção
- Editorial de A Folha de S Paulo PRISÃO TARDIA
- Lucia Hippolito :Uma desculpa de Delúbio
- Cora Ronai Não, o meu país não é o dos delúbios...
- Miriam Leitão Dinheiro sujo
- MERVAL PEREIRA Seleção natural
- AUGUSTO NUNES Tucanos pousam no grande pântano
- Villas-Bôas Corrêa- Lula não tem nada com o governo
- José Nêumanne'Rouba, mas lhe dá um bocadinho'
- Entre dois vexames Coluna de Arnaldo Jabor no Jorn...
- Zuenir Ventura Apenas um não
- Editorial de O Estado de S. Paulo As duas unanimid...
- Luiz Weiss O iogurte do senador e a "coisa da Hist...
- Nunca acusei Lula de nada, afirma FHC
- Editorial de O Estado de S Paulo Triste tradição
- Editorial de O Estado de S Paulo Lula sabe o que o...
- A mentira Denis Lerrer Rosenfield
- As duas faces da moeda Alcides Amaral
- LUÍS NASSIF O banqueiro e a CPI
- FERNANDO RODRIGUES Corrupção endêmica
- CLÓVIS ROSSI Os limites do pacto
- Editorial de A Folha de S Paulo O CONTEÚDO DAS CAIXAS
- Editorial de A Folha de S Paulo A CRISE E A ECONOMIA
- DORA KRAMER À imagem e semelhança
- Miriam Leitão :Mulher distraída
- Zuenir Ventura aindo da mala
- Merval Pereira Vários tipos de joio
-
▼
julho
(532)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário