Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, julho 28, 2005

Lucia Hippolito :Uma desculpa de Delúbio

Blog Noblat

 

"A principal novidade da lista que o Supremo Tribunal Federal enviou à CPI dos Correios, como parte dos documentos apreendidos em Belo Horizonte, é que não há grandes novidades.

 

Em vez de centenas de novos nomes de sacadores de dinheiro das contas do publicitário Marcos Valério, o que a lista apresentou foi uma relação de nomes de assessores quase desconhecidos.

 

Isto significa uma frustração? Sim e não. Para aqueles que estão interessados em espalhar a lama por todo o Congresso Nacional, como forma de inocentar os culpados, foi realmente uma frustração.

 

Quanto mais a lista verdadeira ficar restrita a um punhado de nomes, mais fácil será o caminho da punição. Quanto mais enlameado ficar o Congresso Nacional e mais extensa for a lista dos que se envolveram com dinheiro ilícito, mais difícil será encontrar e punir os verdadeiros culpados do assalto ao Estado e aos cofres públicos.

 

Agora, para aqueles que estão realmente interessados em seguir o fio da investigação até que se desvende todo o esquema de corrupção pilotado por um grupo de políticos associados ao publicitário Marcos Valério e a alguns empresários desejosos de obter vantagens em negócios com o governo brasileiro, a investigação tem que abandonar o lado sensacionalista, de listas e mais listas, nomes e mais nomes jogados ao vento, sem nenhuma comprovação.

 

O mais importante será o trabalho de formiguinha. Juntar e cruzar dados, conferir extratos bancários, analisar sigilos telefônicos quebrados. É trabalho de bastidores, fora dos holofotes dos meios de comunicação.
 

Nos partidos de oposição, é fundamental manter a serenidade e a correção de seus membros. Por isso, não se compreende que o PFL, por exemplo, tenha expulsado sumariamente o deputado João Batista Ramos, flagrado em um avião cheio de dinheiro, e tenha poupado o deputado Roberto Brant, que reconheceu publicamente ter usado caixa 2 em sua campanha. Ou seja, uma desculpa de Delúbio.

 

Também é incompreensível que o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo, não tenha pedido licença do cargo, depois que apareceu um vínculo concreto entre sua derrotada campanha pela reeleição em 1998 e as estripulias de Marcos Valério. 
 

Está na hora de os partidos de oposição praticarem aquilo que cobram dos partidos da base aliada."

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