Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, julho 20, 2005

VALDO CRUZ Caiu amáscara BRASÍLIA


  - A CPI dos Correios fervia ontem. E não era o depoimento de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, o motivo da temperatura elevada, mas a análise da quebra do sigilo bancário das agências de Marcos Valério no Banco Rural.
Membros da CPI que tiveram acesso aos dados saíam apressados, com cara de espanto, da sala da comissão onde estão guardados os documentos reunidos pelas quebras de sigilo.
Aos jornalistas, acampados em frente à sala chamada de buraco da CPI, diziam coisas do tipo: "O país não vai acordar o mesmo amanhã" e "o "mensalão" denunciado pelo Roberto Jefferson está provado".
Os governistas pediam calma, que não se podia prejulgar ninguém, mas destacavam que a verdade terá de prevalecer no final.
E, pelo visto, será uma verdade nada agradável para muitos petistas e aliados do governo Lula. As informações vazadas para a imprensa indicam parlamentares recebendo altas somas das empresas de Valério.
Todos já têm a desculpa oficial, engendrada pelo próprio Marcos Valério e por Delúbio Soares. Tudo grana para bancar dívidas de campanhas eleitorais, provenientes de um gigantesco caixa dois.
Mesmo que seja verdade, por que esses parlamentares, agora flagrados na documentação de Valério, não revelaram isso antes? Por que ficaram literalmente na moita, torcendo para que nada fosse descoberto?
Alguns, inclusive, confrontados com informações preliminares, negaram envolvimento com dinheiro proveniente do empresário mineiro. Como vão se explicar agora?
São perguntas que petistas e seus aliados terão de responder. Não será nada fácil. Principalmente pelo comportamento inicial de tentar esconder o que agora se torna público.
O fato é que ninguém camufla o que é legal. Caiu a máscara.

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