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"A nova rodada da pesquisa CNT/Sensus, divulgada ontem, não traz grandes sustos em relação à pesquisa anterior.
Aumentou um pouco a popularidade do presidente Lula, mas os especialistas fazem questão de dizer que está dentro da margem de erro.
As novidades, se é que existem, estão nas perguntas temáticas. Perguntados sobre os critérios mais importantes para a escolha do próximo presidente da República, os entrevistados colocam o item "moralidade pública" vem em primeiro lugar, ganhando de "solução de problemas sociais, econômicos e políticos".
Isto mostra que os desdobramentos da crise moral que atinge o PT, a classe política e o governo, estão, sim, interessando à população.
Cresceu bastante a percepção de que a corrupção aumentou muito durante o governo Lula. Enquanto 67% acreditam nas denúncias do deputado Roberto Jefferson, apenas 43% consideram que a CPI dos Correios vai apurar adequadamente os fatos. Sinal de que a população está realista, sem grandes ilusões de que a moralização será completa.
35% acham que a corrupção está mais vinculada à Câmara dos Deputados e 31% vinculam a corrupção ao PT. Mas apenas 12% vinculam o presidente Lula à corrupção.
Esta parece ser a principal leitura dos resultados da pesquisa CNT/Sensus. Está dando certo a estratégia adotada pelos setores mais sensatos do governo e da oposição de preservar o presidente da República.
Com o desmoronamento do antigo núcleo duro do governo, sobretudo com o afastamento do ex-ministro José Dirceu, Lula dispõe agora de um pouco mais de espaço para exercer plenamente as atividades de governo.
Tudo vai depender, daqui para frente, da atuação pessoal do presidente da República. Para que se confirme a preservação da figura do presidente, é preciso que ele próprio comande a operação de salvamento.
Aprofundamento das investigações, afastamento de auxiliares atingidos por denúncias, reforma ministerial convincente, tudo isto só vai ter algum efeito se for liderado pelo presidente Lula.
Neste fogaréu, Lula deixou que fosse queimado o capital político do PT. Lula deixou que fosse queimada a reputação de auxiliares muito próximos. Daqui para frente, o que está em jogo é o seu próprio capital político."
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