Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, julho 04, 2005

FERNANDO RODRIGUES :Catatonia

folha de s paulo
 BRASÍLIA - É difícil discordar do líder do PT no Senado, Delcídio Amaral, também presidente da CPI dos Correios. "Nós não podemos ficar nessa catatonia em que estamos envolvidos", disse ele ao se referir ao governo e ao seu partido diante da crise do "PTgate-mensalão".
Delcídio falou na semana passada à Folha. No fim de semana, mais uma tonelada de fatos apareceram na mídia. O mais importante foi a revelação sobre empresário Marcos Valério ter avalizado um empréstimo de R$ 2,4 milhões para o PT. Mais: Valério acabou pagando uma parcela de R$ 350 mil dessa operação.
Aí está o imobilismo e a catatonia do PT. A crise atual começou com a divulgação em 14 de maio de uma cena de corrupção dentro dos Correios. Já na semana seguinte, a cúpula petista estava obrigada a fazer uma reunião e isolar todos os envolvidos. Mais adiante, Roberto Jefferson deu o nome aos bois. O PT, nada.
Sobre Marcos Valério ter sido avalista do PT, o presidente nacional da sigla, José Genoino, promoveu um festival de idas e vindas. Negou tudo, recuou um pouco e, depois, bastante. Ao final, deu a entender que assinou sem ler o contrato do empréstimo de R$ 2,4 milhões. Incrível.
Se era uma operação oficial -há registros no Banco Central-, por que o PT não se adiantou e divulgou-a de uma vez? De duas, uma. Ou realmente impera uma bagunça federal dentro do PT, sem que ninguém saiba direito o que o partido faz, ou muita gente está mentindo e/ou ocultando informações. Nos dois cenários, a catatonia e o imobilismo marcaram o mundo petista.
O partido de Lula enfrenta uma crise sem precedentes de credibilidade. As respostas têm sido inadequadas. No site do PT, no dia 1º deste mês, José Genoino começa um artigo assim: "O Brasil está sendo assolado por uma onda de denúncias vazias e irresponsáveis". Se algo tem estado vazio ultimamente é o discurso petista, sem respostas à maioria das acusações até o momento.

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