Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, julho 12, 2005

ELIANE CANTANHÊDE Zero a zero

folha de s paulo

  BRASÍLIA - Dois meses atrás, o jogo de 2006 parecia armado: Lula era o favorito; Alckmin seria seu adversário pelo PSDB; Cesar Maia pronto para dividir votos e forçar o segundo turno, mas já ensaiando a aliança PSDB-PFL. No mais, a ameaça de Garotinho pelo PMDB e a possibilidade de Heloísa Helena pelo PSOL.
Hoje, nem se sabe mais se Lula disputará a reeleição e como evoluirá a guerra fratricida no PT. Alckmin continua forte, mas Serra está se coçando e Maia pode abrir para a aliança PSDB-PFL já no primeiro turno.
Enquanto era para enfrentar uma luta inglória contra Lula, Alckmin podia ficar sossegado. Agora, alguém acha que Serra pensa em outra coisa?
Alckmin tem o governo de São Paulo e consolidou apoios no empresariado, na cúpula do PFL e entre os caciques não-paulistas do PSDB (como Tasso Jereissati e Aécio Neves). Tem, portanto, mais força política.
Para Serra, a prefeitura paulistana não é um trunfo. Seria (ou será) um problemaço sair tão cedo e deixando um rabo sem tamanho: o vice Gilberto Kassab, do PFL. Mas Serra tem "recall" de 2002 e o melhor perfil anti-Lula: culto, aplicado, sisudo, com fama de conhecer a máquina pública e de montar boas equipes. Mais: nas últimas pesquisas, era o único tucano que chegava ao segundo turno -e com Lula ainda forte. Enfim, Serra tem a força eleitoral.
A expectativa é que a candidatura tucana fique entre os dois, com Aécio disputando a reeleição em Minas e FHC consciente de que uma campanha polarizada entre o seu governo e o de Lula não seria nada engrandecedora, mas fatalmente "suja", com uma disputa entre escândalos e erros na economia.
A grande dúvida, hoje, é o nome do PT. A candidatura Lula não está morta, mas vai de mal a pior.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog