Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 09, 2005

Diogo Mainardi Sai, Lula, sai

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"Proponho a realização de eleições
antecipadas.
Era o que defendia Tarso Genro,
no governo anterior.
Lula deve renunciar. Mas
só depois de pedir perdão na televisão, com
lágrimas no rosto. Ver um petista
chorando
é uma diversão"

Lula acabou. Lula morreu. Um a menos.

Se ninguém tem uma idéia melhor, proponho a realização de eleições antecipadas. Era o que defendia o atual ministro da Educação, Tarso Genro, no governo anterior: "Após frustrar irremediavelmente a generosa expectativa da nação, resta a Fernando Henrique reconhecer o estado de ingovernabilidade do país e propor ao Congresso uma emenda constitucional convocando eleições presidenciais para outubro. (...) Se o presidente tivesse dignidade, deveria renunciar. Seria uma saída democrática para a crise, em face da falta de legitimidade de um mandato construído por estelionato eleitoral".

Tarso Genro, na época, foi acusado de golpismo. Não entendo a razão. Democracias bem mais avançadas do que a nossa – como a boliviana, por exemplo – admitem a antecipação eleitoral. Sugiro que Tarso Genro retome a idéia, levando-a imediatamente ao presidente. Lula deve renunciar. Mas só depois de pedir perdão na televisão, com lágrimas no rosto. Petistas sempre choram quando são apanhados em flagrante. Ver um petista chorando é uma diversão. Ver um petista explicando sua movimentação bancária é uma diversão ainda maior. A renúncia de Lula tem de ser acompanhada por uma proposta de emenda constitucional que garanta a realização de eleições o quanto antes. Como diria Tarso Genro, é a única saída minimamente digna para o presidente.

A proposta só tem um problema: Lula não pode renunciar sozinho. Se o governo corrompeu boa parte do Congresso Nacional com o pagamento de propina, deputados e senadores devem ser punidos junto com ele. A gente ainda não sabe quantos parlamentares entraram na roubalheira. Roberto Jefferson calculou entre oitenta e 100. Tanto faz. É o bastante para pedir a interrupção da legislatura. Além de aprovar a emenda constitucional que antecipa as eleições presidenciais, o Poder Legislativo deve aprovar também a dissolução do Congresso e a realização de eleições gerais em outubro. A taxa de renovação parlamentar será alta. Muitos ladrões deixarão de ser eleitos. Novos ladrões ocuparão seus lugares. O próximo Congresso não será melhor do que o atual. Com uma certa dose de revanchismo, porém, poderá fazer uma CPI do Mensalão um pouco menos comprometida. Falta revanchismo à democracia brasileira.

Outra vantagem de dissolver o Congresso agora é impedir uma reforma política. Os atuais deputados e senadores perderam a confiança dos eleitores. Estão desautorizados a legislar sobre matérias relevantes, principalmente as que lhes dizem respeito, como a reforma política. Se eles aprovarem o financiamento público aos partidos, serão perseguidos nas ruas. Minha proposta – eu tenho uma proposta para tudo – é que o novo Parlamento, assim que tomar posse, nomeie uma comissão de figuras eminentes da sociedade. Ela seria encarregada de fazer uma profunda revisão da Constituição, enxugando o Executivo e o Legislativo. Os ladrões continuariam a roubar. Só que teríamos menos ladrões.

Sai, Lula, sai. Sai rápido daí.

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