Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, julho 06, 2005

CLÓVIS ROSSI :Cadáveres vão, cadáveres vêm

folha de s paulo
SÃO PAULO -
E vão sendo empilhados cadáveres à porta do PT ou do governo. Silvio Pereira, Delúbio Soares, José Dirceu. Para não falar de um novo morto-vivo, José Genoino, e de velhos mortos-vivos, como os ministros Olívio Dutra e Humberto Costa, que passaram mais tempo sendo demitidos por vazamentos saídos do Palácio do Planalto do que gerindo suas pastas.
Os otimistas, se é que ainda resta algum, dirão que é saudável tomar medidas profiláticas que darão higidez tanto ao corpo do partido como ao do governo.
Será mesmo? Quem entra no lugar dos cadáveres? No PT, ninguém por enquanto. Ficam vagas duas das três posições mais importantes de qualquer partido, como são a secretaria-geral e a tesouraria, para não falar da presidência, ocupada por um ectoplasma desmoralizado pelos insistentes pedidos dos próprios companheiros para deixar o cargo.
No governo, entram novos cadáveres. Entra o PMDB, por exemplo. Quem é o representante do PMDB na Câmara senão o deputado José Borba, o líder do partido? Já vem com cheiro de cemitério. Para não falar em tantos outros peemedebistas que foram os cadáveres da vez em escândalos anteriores.
Não entra, mas também não sai, o PP. É o partido de Paulo Maluf, lembra-se dele? Talvez o mais longevo cadáver da história política tupiniquim. Sem falar que é também um dos partidos diretamente envolvidos no escândalo do "mensalão".
Ah, é também o partido de Delfim Netto, ressuscitado do longo sono pós-ditadura justamente pelo mesmo Luiz Inácio Lula da Silva, que nasceu politicamente carregando a estaca de madeira para cravar no coração do então czar da economia. Só no Brasil o bruxo malvado de ontem vira a gata borralheira de hoje. No percurso, matou Aloizio Mercadante, Guido Mantega e todos os economistas do PT, ignorados na hora da nova pajelança econômica.
Longa vida aos cadáveres.

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