Está no blog do jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo: autor do livro "Estação Carandiru", o médico Dráuzio Varella disse que jamais encontrou alguém naquele presídio que admitisse ser culpado de nada. Todos juravam ser inocentes.
Fora do presídio também é assim.
Lula chorou como se tivesse levado uma facada nas costas quando soube pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) da existência do mensalão - a compra de votos de deputados para aprovar projetos do governo. Lula era inocente, pois.
O ex-ministro José Dirceu proclamou sua inocência quando deixou a Casa Civil dizendo que este "é um governo que não rouba e que não deixa roubar". Do lado de fora, admite que houve roubo, sim, mas que ele não foi monopólio do PT. A culpa é do sistema político nacional.
Genoino lavou as mãos no caso do primeiro empréstimo bancário tomado pelo PT com o aval do empresário Marcos Valério, dono de agências de publicidade que prestam serviços ao governo. Talvez se veja novamente obrigado a lavá-las, agora que se sabe que Valério avalizou um segundo empréstimo.
Valério negou todos os crimes que lhe são imputados, assim como o sócio dele, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, assim como o sócio do sócio, o ex-secretário-geral Sílvio Pereira, assim como em breve também negará o ainda secretário de comunicação do partido, Marcelo Sereno.
Se Waldomiro Diniz se disse inocente depois de ter sido filmado pedindo grana ao ex-bicheiro Carlinhos Cachoeira, e se Maurício Marinho se considera inocente depois de ter sido filmado embolsando R$ 3 mil, é razoável que ninguém se sinta culpado de coisa alguma.
Carandiru é aqui.
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