Entrevista:O Estado inteligente

domingo, julho 24, 2005

Antonio Ermirio de Moraes Amor a camisa: exemplo a ser seguido por nossos políticos

JB

Foram momentos de grande angústia. Os problemas a superar eram enormes. Como em toda disputa, era preciso respeitar o adversário. Mas, felizmente, tudo deu certo. E deu certo porque houve muita seriedade na preparação. Acima de tudo, praticou, o patriotismo, a fé no Brasil e a vontade de mostrar ao mundo que ainda há muita gente que trabalha sério neste abençoado país.

Mas, depois de tantas etapas vencidas, a última terminou em choro descontrolado. Um soluçar sem parar. Mas tudo isso vinha misturado com uma enorme alegria - um contentamento de quem desfrutava a vitória e o içamento da bandeira do Brasil no pico da glória. Foi a maneira mais espontânea e sincera de comemorarem a conquista do quinto título do Grand Prix Feminino de Vôlei, ao vencer a difícil Itália por três setes a dois, na última partida em Sendai no Japão.

Mas meninas do vôlei elevaram o respeito do Brasil no cenário internacional - não com palavras, mas com uma atuação concreta, reveladora de muita disciplina e, sobretudo, de quem não tem medo de trabalhar duro para defender seu país. Foi uma campanha esplendorosa. A atacante Paula Pequeno, com apenas 23 anos, e que liderou a equipe, aconselhou suas colegas antes de entrar na quadra: ''Vamos deixar de fora a ansiedade e os problemas particulares''. E assim foi feito. Ganharam o pentacampeonato, explorando seu talento com empenho e amor à sua profissão. Um belo exemplo para todos os brasileiros.

Há 15 dias, os rapazes do vôlei masculino haviam dado o mesmo show de esporte ao tornar o Brasil campeão da Liga Mundial, em Belgrado. Foi outro pentacampeonato, uma outra glória para o Brasil - fruto do mesmo esforço e denodo que marcaram o trabalho das meninas. O adversário foi igualmente difícil (Sérvia e Montenegro), mas os rapazes, que já haviam se consagrado na última Olimpíada de Atenas, deram uma verdadeira aula de vôlei, exibindo uma magnífica versatilidade em campo e selando a equipe brasileira com o sugestivo apelido de ''paredão verde amarelo''.

Exemplos como esses precisam ser ressaltados, especialmente nestes tempos terríveis e que vêm sendo marcados por tantos maus exemplos de quem deveria sinalizar a virtude do trabalho sério, o respeito às regras estabelecidas e o espírito de patriotismo - como fizeram as nossas equipes de vôlei, masculina e feminina.

O esporte sempre foi uma das mais ricas fontes para a construção dos bons valores. Atletas de grande nomeada têm surgido em quase todas as áreas do esporte, apesar do pouco apoio de nossas autoridades que só lembram dos esportistas na hora de tirar fotografias ao lado da taça conquistada.

Essa onda boa do esporte brasileiro possa ser mantida e ampliada para servir como direção aos jovens que chegam. Todos nós brasileiros devemos muito a esses esportistas e, o mínimo que podemos fazer, é enaltecer a sua seriedade de trabalho e renovar os nossos parabéns.

Que os nossos políticos sigam este magnífico exemplo de humildade, competência, e amor ao Brasil.

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