Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, junho 06, 2008

Um atraso de quase meio século

Por Giulio Sanmartini

Quando Carlos Lacerda assumiu o governo do Estado da Guanabara (1960), a cidade estado do Rio de Janeiro, contratou a firma Doxiades Associates, do arquiteto grego homônimo, que se tornara o maior planejador urbanístico do mundo. Afim que este produzisse um plano para o estado. Em suas conclusões, Doxiades chamou a atenção para as proporções alarmantes atingida pelo problema das favelas. Assim o governo criou (março1963) a Companhia de Habitação Popular (COHAB). Por esta foram construídas casas a baixo custo nas Vilas Aliança, Kenneddy, Esperança e Cidade de Deus. Um dos pontos básicos do programa era a educação do ex favelados especialmente na área de saúde.

Com o término do governo Lacerda (1965) esse programa, que tinha ambição de tornar-se nacional, foi definhando até desaparecer, em sentido oposto as favelas tomaram conta das áreas urbanas de todo o Brasil.

Agora, o país reencontra a necessidade de desfavelizações. Um Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela consultoria Ernest & Young concluiu que o Brasil em 22 anos poderá acabar com as favelas e o déficit habitacional de 7,9 milhões de moradias, para tal projeta investimentos de R$ 446,7 bilhões na área até 2030.

Para zerar o déficit, composto por moradias inadequadas e coabitação (mais de uma família na mesma casa) e atender a demanda que surgirá com o aumento da população, o estudo projeta a construção de 37 milhões de novas residências. O crédito para financiamentos chegará a R$ 290,4 bilhões no período.

Um pecado que se perdeu tanto tempo de braços cruzados e os problemas trazidos pelas favelas agravaram-se a um ponto insustentável.

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