Entrevista:O Estado inteligente

sábado, junho 14, 2008

Anunciado o primeiro vôo espacial privadoVôo fretado para o espaço

Vôo fretado para o espaço

Marcada para 2011 a primeira missão privada
para a Estação Espacial em órbita da Terra


Duda Teixeira

Fotos NASA
Sergey Brin, do Google, experimenta a gravidade zero: com reserva feita para voar para a Estação Espacial (à dir.)

Desde que o milionário americano Dennis Tito se tornou o primeiro turista espacial, em 2001, a indústria do lazer espacial vem se desenvolvendo a conta-gotas. Apenas mais quatro curiosos tiveram a chance de ver a curvatura da Terra da janela de uma espaçonave em órbita. O número é pequeno não porque falte investimento ou gente disposta a pagar 20 milhões de dólares por uma viagem. Milionários do mundo todo fazem fila por uma aventura dessas. A razão para que tão pouca gente tenha experimentado a ausência de gravidade é que nas atuais viagens espaciais há espaço para um único turista, normalmente obrigado a compartilhar suas impressões do passeio com cosmonautas russos. Além disso, é preciso sempre esperar o próximo vôo da nave russa Soyuz, que visita a Estação Internacional Espacial apenas uma vez a cada seis meses. As opções começam a melhorar. Na semana passada, a companhia americana Space Adventures anunciou que vai construir até 2011 uma nova espaçonave em parceria com a agência espacial russa, com dois lugares para turistas. Um terceiro será reservado para um cosmonauta russo, que fará as vezes de piloto de luxo, o motorista da nave. Em janeiro, o inglês Richard Branson, dono da Virgin e uma das 300 pessoas mais ricas do mundo, mostrou o projeto da SpaceShipTwo, a espaçonave com a qual pretende levar seis turistas de cada vez para um vôo suborbital. Duzentos bilhetes já foram vendidos. A empresa européia EADS também anunciou que está criando um ônibus espacial com quatro lugares para turistas.

Galatic
Projeto da SpaceShipTwo, com seis lugares: sob o patrocínio do dono da Virgin

O mais novo entusiasta do turismo espacial é um dos fundadores do Google, o americano Sergey Brin. Ele pagou 5 milhões de dólares para a Space Adventures. O dinheiro ficará guardado e servirá como reserva em um vôo espacial no futuro. "Acredito muito na exploração e no desenvolvimento comercial da fronteira espacial e estou aguardando a possibilidade de ir para lá", disse Brin na semana passada. Por enquanto, a Space Adventures é a única companhia a fazer turismo espacial, treinando os futuros viajantes e alugando os assentos na Soyuz. A viagem até a Estação Espacial Internacional dura oito dias e a empresa reservou lugares em mais cinco viagens da nave. O acordo, porém, tem dado problemas. Anatoly Perminov, diretor da agência espacial russa, já fez repetidas críticas aos turistas inoportunos e ameaçou acabar com a brincadeira daqui a dois anos. A espaçonave que será construída com a Space Adventures deverá acalmar essas críticas. A entrada em operação de outras companhias também diminuirá a dependência em relação aos russos. A Federação de Vôos Espaciais Particulares, fundada em 2005, já possui dezoito empresas associadas. No fim da próxima década, estima-se que 15.000 passageiros farão a viagem por ano. Eles desembolsarão 1% do que pagam os milionários pela aventura hoje. Certamente não haveria espaço suficiente na Soyuz para essa verdadeira farofa sideral.

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