SÃO PAULO - Educação de qualidade e emprego idem são dois dos itens mais fundamentais para o bem-estar de uma sociedade, com perdão pela obviedade.
Se é assim, o governo Luiz Inácio Lula da Silva é o mais redondo fracasso, no julgamento não da oposição nem da descerebrada teoria da conspiração da mídia, mas do próprio presidente da República e de um simpatizante do PT.
Sobre educação, Lula disse o que todo mundo sabia faz tempo: é um desastre no Brasil. Pena que tenha tardado tanto para descobri-lo e que nada tenha feito, em seus 50 meses e meio de governo, para corrigir as coisas.
Sobre emprego, remeto o leitor à avaliação de Marcio Pochmann (Unicamp), secretário da prefeitura paulistana com Marta Suplicy: "O que dá para afirmar é que a qualidade do emprego metropolitano em 2006 está pior do que a de 2002, apesar de o número de postos de trabalho estar crescendo desde 2002. As pessoas têm menor estabilidade no emprego, trabalham mais do que a jornada legal e ganham menos".
Nada a retirar, mas há um número a acrescentar. Conforme os dados do Banco Central, no período Lula foram criados 5,2 milhões de empregos (número que inclui aqueles que passaram da informalidade para o trabalho com carteira assinada). Ora, o candidato Lula dizia que era preciso criar 10 milhões de empregos nos quatro anos de gestão que se iniciariam em 2003.
Se se criou apenas a metade, o resultado é medíocre até no quesito crescimento do emprego. Sem falar que Lula "chuta" números nessa área com incrível facilidade. Em Davos, em uma de suas muitas falas, chegou a dizer que haviam sido criados 7 milhões de empregos.
Se se acrescentar à lista as arquiconhecidas carências em saúde e a insegurança pública avassaladora, tem-se que nunca neste país o fracasso teve tanta popularidade.
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