O Estado de S. Paulo |
2/3/2007 |
Está difícil saber o que está provocando a turbulência asiática, que ontem voltou a derrubar os mercados. Quando os médicos divergem no diagnóstico, ou a doença é nova ou eles perderam seu saber. E é o que está acontecendo com essa crise. A princípio se imaginava que o tombo iniciado terça-feira fosse reação às decisões do governo de Pequim, que pretendiam coibir a especulação. Como seriam medidas saudáveis e, mais do que isso, como foram desmentidas, outras hipóteses tiveram de sair do chapéu. Uma delas é a de que há mesmo uma bolha na Bolsa de Xangai, cujo estouro os analistas previam havia meses. Nesse sentido, compreende-se seu impacto sobre a economia japonesa. É de seus bancos que sai dinheiro farto e barato para financiar operações nos mercados asiáticos. Mas outras questões ficam mal explicadas. A Bolsa de Xangai, por exemplo, segue muito fechada e só o que acontece por lá não justifica efeito tão globalizante. Ontem, no Los Angeles Times, o analista americano Stephen Roach ainda via as coisas como tentativa de controle da situação pelo governo de Pequim. Ele advertiu que o investimento fixo na China saltou para a exorbitância dos 45% do PIB no ano passado, o que poderá provocar uma deflação na China, tudo o que o governo chinês não quer agora. O impacto no mercado global pode ter relação com isso, imagina Roach. Outra hipótese é o alerta feito segunda-feira pelo respeitadíssimo Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Em conferência via satélite em Hong Kong, Greenspan disse duas coisas: (1) que uma recessão global pode estar a caminho; e (2) que os mercados parecem ter perdido a noção do risco. Greenspan nem sempre acertou quando se deu ao trabalho de emitir oráculos. Mas, nesse caso, parece ter tocado uma corda que já vinha sendo esticada. Há dinheiro demais sobrando no mundo, em boa parte graças à política monetária frouxa conduzida pelo próprio Greenspan enquanto comandou o Fed. Nesse sentido, pode-se falar do aparecimento de uma doença relativamente nova no mercado global. Os juros se arrastam, as aplicações seguras em ativos fixos rendem uma ninharia, há cada vez menos opções de investimento a longo prazo e o apelo às aplicações de risco é enorme. Assim, o mundo das finanças encoraja o risco, mas, como Adão e Eva após a mordida fatídica, os aplicadores estão incomodados com a opção feita. Não sabem se voltam atrás ou se seguem saboreando o fruto proibido. Nessa indecisão, ficam à cata de pretextos para tomar a posição mais confortável. O resultado é a forte volatilidade que se viu nos três últimos dias. Ontem, por exemplo, os mercados mergulharam de cabeça. Mas bastou que fosse divulgada uma estatística mais favorável sobre a situação da indústria americana (ISM) para o jogo virar. A Bolsa de Nova York chegou a amargar baixa de 1,70%. Fechou quase estável, com baixa de 0,28%. A Bolsa brasileira despencou 4,23%, mas fechou com uma baixa normal, de 0,86%. Enfim, os tempos são de alta volatilidade. Até que não sejam mais. |
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, março 02, 2007
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