O Estado de S. Paulo |
8/3/2007 |
O presidente Bush desembarca hoje em São Paulo para propor mais do que meganegócios na área do álcool. Como já é sabido, a idéia é formar uma parceria entre Estados Unidos e Brasil centrada no desenvolvimento do mercado global de biocombustíveis. É prematuro concluir que o novo foco terá força para mudar a qualidade da relação entre os dois países e a política externa do governo Lula, como tem sido repetido. Mas ele vai nessa direção. Até agora, os Estados Unidos apenas esporádica e marginalmente precisaram dos suprimentos de matérias-primas sul-americanas. Puderam exercer sua liderança econômica e política no mundo, de costas para seus vizinhos ao Sul, porque foram até agora grandes produtores de matérias-primas. A mudança desse quadro pode ter chegado agora, quando o governo americano se deu conta de que não pode adiar o desenvolvimento do mercado de etanol (álcool), seja por motivos de segurança estratégica (depender menos dos fornecimentos a partir de zonas conflagradas), seja por necessidade de proteção ambiental. Em princípio, não se trata de despachar cargueiros carregados de etanol brasileiro para os portos americanos, mas de criar vasto mercado internacional para um produto cujo consumo hoje está concentrado nos Estados Unidos e no Brasil. A nova parceria deverá ferir interesses ou levantar suspeitas aqui no Brasil. Setores do Itamaraty ainda vêem os Estados Unidos como "o eixo do mal" cuja proximidade devesse ser evitada. É provável que, para esses, a proposta do presidente Bush não passe de nova cantada destinada a exercer dominação colonial sob outras formas. O projeto poderá ter adversários em dois outros segmentos. O primeiro deles são algumas organizações empresariais que vêem no crescimento das exportações do etanol nova ameaça ao setor manufatureiro, na medida em que tenderão a reforçar - dizem - a entrada de dólares, a aumentar a valorização do real e, com base nisso, a desindustrialização. Outro reduto que vê a parceria com suspeita é a CUT, que, nesse caso, faz coro a seus patrões porque teme que a criação de uma "Arábia Saudita do etanol" desemboque na redução do emprego. Na semana passada, por exemplo, o ex-presidente da CUT e hoje ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugeriu que o governo institua um Imposto de Exportação para desencorajar exportações de produtos de baixo valor agregado, como o etanol. O economista Eduardo Carvalho, presidente da Unica, a entidade que defende os interesses dos usineiros, vem observando que, neste momento, não é essencial rebaixar a proteção alfandegária vigente nos Estados Unidos em favor dos produtores de milho, matéria-prima da qual os Estados Unidos obtêm a maior parte do etanol que produzem. Quem insiste em que a nova parceria só deva ser aceita sob essa condição prévia está jogando contra o sucesso da empreitada. Enfim, esta é mais uma oportunidade para desenvolver um novo mercado para um produto eminentemente nacional. É pegar ou largar. |
Entrevista:O Estado inteligente
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