Augusto Nunes -

Augusto Nunes -

Jornal do Brasil

4/3/2007

Depois do duelo verbal no Congresso entre Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, e Aloizio Mercadante, o Cabôco concluiu que o parlamentar petista aprendeu a fazer perguntas sem rodeios: agora interpela até companheiros. O herói que nada esquece quer saber se o senador também aprendeu a responder. E reapresenta a Mercadante a pergunta que desde outubro perambula à procura da resposta: de onde veio o dinheiro para a compra daquele dossiê fraudado? Apagão mental Até as andorinhas sabem que, em menos de seis meses, nem um talentoso oficial da Aeronáutica vira bom controlador de vôo. Para o ministro da Defesa, Waldir Pires, bastará um cursinho intensivo em São José dos Campos para transformar os radioperadores das plataformas de petróleo em guardiães dos ares. Em 20 dias, todos estarão prontos para dar um jeito no apagão aéreo que inferniza o Brasil. Deve ser por idéias assim que o companheiro baiano mantém o empregão. Alma de campeão Para quem tem alma de campeão, menos que o primeiro lugar é nada. Em 2005, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Awazu Pereira da Silva, conseguiu a medalha de bronze na modalidade "gastança com diárias de viagem". Achou pouco e foi à luta. Valeu: com a marca de R$ 91.219,92, é ele o vencedor da temporada de 2006. Awazu consumou a proeza em 10 meses. Se não tivesse perdido o emprego em outubro, nosso craque teria batido o recorde mundial. O roto e o esfarrapado Soldados do Exército finalmente assumiram o controle da mais violenta favela do país, dominada havia anos pelos chefões do crime organizado. "É o primeiro passo para permitir que o Estado promova ações fundamentais", disse o coronel Cláudio Barroso Magno. É tudo o que os cariocas queriam ver e ouvir. Mas a frase foi dita em Porto Príncipe, no Haiti. O governo acha tais operações dispensáveis por aqui. Quem tem uma Força Nacional de Segurança não precisa da ajuda do Exército. Yolhesman Crisbelles A taça da semana vai para Eliane Mantega, mulher do ministro da Fazenda, pela curta avaliação do desempenho dos bandidos que, na terça-feira de carnaval, assaltaram o sítio no interior paulista onde o casal desfrutava do feriadão: Eles foram muito gentis. Só queriam dinheiro. Como observou Humphrey Bogart no final de Casablanca, depois de despedir-se de Ingrid Bergman, às vezes o que parece um drama da pesada pode ser o começo de uma bonita amizade.