GLÁUCIO ARY DILLON SOARES
A recente reunião de cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro serviu de palco teatral para afirmações retrógradas de Hugo Chávez e insultos de Evo Morales a Uribe, presidente da Colômbia. Chávez e Morales foram os donos da festa. Só ouvimos falar de Uribe porque foi insultado por Morales. Não apareceu, não aparece nunca. É calado, discreto, mas um homem de resultados.
Poucos sabem quem é.
Porém, relevante é o que os colombianos pensam de Uribe e não o que Morales pensa dele. Os colombianos não parecem se importar com as ofensas de Morales nem com os delírios de Chávez. Estão noutra. Reelegeram Uribe com 62% dos votos em maio de 2006.
Por que será? Em parte nada pequena, porque os colombianos estavam cansados de muita retórica e poucos resultados, de muito tempo de conflito e violência. Queriam políticos “de resultados” e, na Colômbia, resultados significam paz. A administração de Uribe foi muito bem-sucedida nessa área. O último êxito deste discreto colombiano foi a redução no número de pessoas mortas por violência em toda a Colômbia em 2006, quando atingiu o nível mais baixo em duas décadas. São menos de 18 mil mortes, uma queda dramática do pico de quase 29 mil em 2002 (28.837). Só em 2006, em relação a 2002, foram salvas dez mil vidas colombianas. Não é pouco.
Desde que tomou posse, em 7 de agosto de 2002, Uribe vem combatendo a violência na Colômbia, muito ajudado por administrações competentes e técnicas nada ideológicas em importantes cidades como Bogotá e Medellín.
As políticas de Uribe foram “conservadoras, mas consistentes”, concentradas na expansão e no treinamento da polícia e na sua relação com a população. Aumentou a força pública em 16%. Incentivou a polícia comunitária e as relações com a população. Consciente da importância da cidadania, fixou a meta de “ganhar” 500 mil cidadãos passando informações que ajudassem a combater o crime e a violência: conseguiu quatro milhões.
São fatos desconhecidos do público leitor e televisivo brasileiro, mais afeito a discursos bombásticos e vazios do que a conquistas discretas que salvam muitas vidas. A maioria nem sabe quem é Uribe, mas hoje quase todos sabem quem são Chávez e Morales. É irônico, porque, do ponto de vista do crime e da violência, a administração de Chávez é um dos maiores fracassos da história e a de Uribe, um dos maiores sucessos. Hoje, Bogotá tem taxa de homicídios inferior a 20 por 100 mil habitantes e Caracas, taxa seis vezes mais alta. A taxa de Caracas, em 2003, último ano para o qual temos dados, é altíssima, um incrível 124 por 100 mil.
Se você vivesse em Caracas, o seu risco de ser assassinado seria 344% o que teria se vivesse em Belo Horizonte, mas, se vivesse em Bogotá, seu risco seria pouco mais da metade do que teria em Belo Horizonte.
Onde você preferiria viver? Na Bogotá de Uribe ou na Caracas de Chávez?
Entrevista:O Estado inteligente
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domingo, fevereiro 04, 2007
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