Entrevista:O Estado inteligente

sábado, fevereiro 03, 2007

As novidades do Microsoft Vista

O império contra-ataca

A Microsoft gasta 450 milhões de dólares em
campanha global para lançar o novo Windows


Carlos Rydlewski

Charles Platiau/Reuters
Alex Silva/AE
Vendas simultâneas em setenta países: cores do Windows iluminam Paris (à esq.); em São Paulo, filas nos supermercados



Calcula-se em 1 bilhão o número de computadores em operação no planeta. Nove de cada dez deles utilizam sistemas operacionais da Microsoft. Daí a relevância do lançamento mundial, na semana passada, do Windows Vista e do Office 2007. A Microsoft investiu 6 bilhões de dólares em pesquisas e 450 milhões de dólares em marketing para colocar essas duas novidades simultaneamente nas prateleiras de setenta países, com versões em dezenove línguas. Tanta pirotecnia se justifica: havia cinco anos que a marca não renovava o Windows, seu carro-chefe de vendas, responsável por mais da metade do lucro anual da companhia – 12,5 bilhões de dólares em 2006. As principais inovações do Vista estão na interface com o usuário e nos dispositivos de segurança e busca. Mais bonitas e práticas, as janelas do programa trazem recursos de transparência e três dimensões. A busca é simples e rápida. Ao se digitar uma palavra em um campo de fácil acesso, o sistema faz uma varredura completa em todo o computador, analisando desde títulos de documentos até termos escritos em uma célula de uma tabela.

Por pouco as novidades e a pompa no lançamento da Microsoft não se transformaram num fiasco no Brasil. O funcionamento pleno do sistema operacional Windows Vista exige computadores encorpados e mais caros (veja o quadro). Até dois anos atrás inexistia um mercado nacional para esse tipo de máquina – sua participação no comércio local era algo próximo de zero em termos estatísticos. Ocorre que o estágio da computação vem mudando de patamar de forma surpreendentemente rápida no país. O preço dos computadores despencou. Aparelhos vendidos por 10.000 reais no início de 2004 têm hoje versões com recursos muito mais avançados, como memória, disco rígido e formas de conexões sem fio, e tudo isso ao preço de 2.800 reais. Em 2007, as máquinas avançadas devem atingir 5% da fatia de mercado no Brasil.

São o dólar baixo e as isenções fiscais que têm feito despencar o preço dos componentes de informática. A cotação da moeda americana, que baliza 90% do custo de um computador, caiu de 3,80 reais para 2,10 reais desde o fim de 2002. E o mais recente plano econômico anunciado pelo governo para acelerar o crescimento estendeu o desconto de impostos (PIS e Cofins) para máquinas com valor acima de 2.500 reais – justamente as recomendadas para o bom funcionamento do Windows Vista. "Só com essa medida, o valor dos computadores mais caros caiu 10%", diz Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, a maior fabricante de computadores do Brasil. Houve também expansão e barateamento do financiamento desses aparelhos. Há dois anos, a parcela mínima na compra de um PC era de 120 reais. Atualmente, sai pela metade: 60 reais. São esses os fatores que estão tornando viável o acesso dos consumidores brasileiros às versões mais avançadas do Windows Vista.

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