Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, novembro 15, 2006

CLÓVIS ROSSI Devolvam meu ingresso

- Lembra-se do espetáculo do crescimento, prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva já em maio de 2003, no quinto mês de seu primeiro mandato? Não se lembra? Não se preocupe, não é um ataque daquele alemão maldito, o Alzheimer. É que simplesmente não houve o espetáculo.
Nem em 2003, nem em 2004, nem em 2005, nem em 2006. Houve, é verdade, uma pré-estréia mixuruca, em 2004, e logo as cortinas baixaram para nunca mais subir.
Agora, vem o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e joga o "espetáculo" para o governo do sucessor do sucessor de Lula, ou seja, para 2017.
Mesmo assim não será O "espetáculo", mas um crescimento da ordem de 5% ao ano, quando um empresário que Lula vem acarinhando como poucos, Jorge Gerdau, pede 7% como piso.
Vai ver que o Ipea (subordinado ao Ministério do Planejamento) faz parte da tal "conspiração das elites e da mídia", que os desocupados e hidrófobos do lulo-petismo (e o próprio presidente, às vezes, conforme o público) enxergam cada vez que os fatos não combinam com seus argumentos e desejos.
Pode ser que o Ipea esteja certo, pode ser que esteja errado. Previsões econômicas são, especialmente no Brasil, o mais próximo de bruxaria que pode existir. Ainda mais que economia está longe, mas muito longe, de ser ciência exata. Basta ver a quantidade de vezes que os "bruxos" já mexeram na sua previsão de crescimento só para este ano. Imagine então se um deles, Ipea inclusive, é capaz de enxergar tão longe quanto 2017.
É como diz o ministro Guido Mantega sobre a previsão: "Essa é a opinião do Ipea, que é um órgão de estudos e projeção e tem a opinião dele. Nossa opinião é diferente".
Se, em vez de opinião, tivesse dito palpite, teria acertado. Pena que palpite só faça crescer um negócio, o das loterias, aliás abundantes.

Arquivo do blog