Frente ampla ou dispersão de forças

Coluna - Nas Entrelinhas

Correio Braziliense

1/6/2006

Sua maior proeza foi afastar da disputa os adversários nas eleições passadas: Lula aprisionou Anthony Garotinho (PMDB), inibiu José Serra (PSDB) e atraiu Ciro Gomes para sua base de apoio O pré-candidato do PPS a presidente da República, deputado federal Roberto Freire, chegou à conclusão de que a possibilidade de uma terceira via nas eleições fracassou. A disputa pelo Palácio do Planalto provavelmente será decidida no primeiro turno. O resultado seria a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se mantém favorito, ou a vitória do principal candidato de oposição, caso o ex-governador paulista Geraldo Alckmin consiga formar uma frente política ampla. Tal conjuntura levou Roberto Freire a admitir a retirada de sua candidatura, o que pode anunciar ainda hoje, em reunião da Executiva do PPS . Freire reconhece que sua candidatura não foi capaz de agregar outras forças e acabou isolada. Os demais pré-candidatos no campo de alianças que poderiam encarnar essa alternativa, Cristovam Buarque (PDT) e Pedro Simon (PMDB), têm ainda menos apoio eleitoral que Freire e também não empolgam as bases de seus respectivos partidos. Restaram Heloísa Helena (PSol), candidata da esquerda radical, e Enéas Carneiro (Prona), se for o candidato da extrema-direita. Ambos realmente podem crescer nesse vácuo político, mas talvez não o suficiente para levar a eleição ao segundo turno. A dispersão de forças oposicionistas favorece Lula.