Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, agosto 03, 2005

O PT foi às compras...Por Rui Nogueira

Primeira Leitura



É sintomático que a diretora financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, que depôs nesta quarta-feira na CPI dos Correios, tenha dito, de maneira bem seca, com um olhar perdido no infinito de uma comissão parlamentar de inquérito que ninguém sabe onde vai parar, que todos os repasses das empresas de Marcos Valério — a nomes do PT e da base aliada previamente definidos por Delúbio Soares — eram anotados apenas e tão-somente na contabilidade como "empréstimos para o PT". Mais exatamente, ela disse: "Tudo era empréstimo para o PT". Foram tantos os empréstimos, havia tanto dinheiro fácil, que o PT cumpriu um mísero item de um programa sombrio de governo: ir às compras.

O PT comprou tanto e tantos que cometeu o maior de todos os pecados: deixar um governante, no topo do Planalto, sem um fiapo de voz crítica. De tanto comprar, comprar e comprar, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente de uma República, virou um rei cercado por assessores comprados, ministros comprados e partidos comprados. Como ninguém se deixa comprar à toa, sem mais nem  menos, o PT e Lula, desprovidos de programa de governo, venderam aos comprados o único ativo à disposição: o poder de compra.

E assim o PT chegou ao Planalto, com o script do poder que compra poder montado. Chegou com um personagem para ocupar a Presidência e um bando que "prospectava" negócios. Objetivo: gerar caixa suficiente para... comprar, comprar e comprar. Pergunto-me todos os dias o que aconteceria ao país se Roberto Jefferson (PTB-RJ) tivesse concordado sempre com os termos e os montantes de compra propostos.

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