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"Foi penoso assistir à entrevista do presidente do PT, José Genoíno, ao Programa Roda Viva, da TV Cultura.
Entrevistado por importantes jornalistas políticos, Genoíno não teve como escapar de perguntas altamente constrangedoras.
Mas boa parte das respostas foram ainda mais constrangedoras, foram mesmo patéticas.
Segundo Genoíno, o PT é uma instância separada do governo, o governo Lula não aparelhou a máquina pública, o governo Lula não jogou pesado para abafar as CPIs.
É como se Genoíno vivesse no melhor dos mundos. Sobre a crise, explicou muito pouco. Deve ser difícil mesmo, tentar explicar o inexplicável.
Dizer que assinou sem ler um pedido de empréstimo de quase dois milhões e meio de reais é, no mínimo, dar uma demonstração de absoluto descaso com o patrimônio do PT.
Continuar dizendo que é correta a política de alianças realizada pelo ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que resultou na engorda artificial de bancadas fisiológicas, que hoje estão no centro da crise, como o PTB e o PL, é desprezar a inteligência dos eleitores.
Manter o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, em seu posto, mesmo depois de todas as evidências de ligação entre Delúbio e o homem acusado de ser o distribuidor do mensalão, o publicitário Marcos Valério, é dar as costas à indignação da militância petista, dos membros da Executiva Nacional e da sociedade brasileira.
A defesa cega do aparelho petista feita por Genoíno vai cobrar seu preço, mais dia menos dia.
A cada pergunta mais incisiva, Genoíno respondia com dados da política econômica, da política externa, falava sobre a excelência dos programas sociais do governo. Parecia um ET.
José Genoíno negou ter repassado quatro milhões de reais ao deputado Roberto Jefferson, disse que é uma inverdade a idéia de que o PT se apoderou da maioria dos 19 mil cargos em comissão e recusou-se a reconhecer que o PT errou em expulsar a senadora Heloísa Helena e os três deputados federais.
No final da entrevista, ao responder sobre as ofensas que lhe foram lançadas por um torturador que ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados, numa das cenas mais tristes dos últimos tempos, Genoíno emocionou-se ao falar de sua prisão, das torturas, dos companheiros mortos.
É preciso ficar muito claro: José Genoíno não tem que dar satisfações de seu passado. O que se cobra de José Genoíno são explicações sobre o presente e a completa apuração de suas responsabilidades na atual crise política."
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