Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 02, 2005

CLÓVIS ROSSI :O desmanche

folha de s paulo
 
SÃO PAULO - Aloizio Mercadante foi, durante muitos anos, a voz econômica do PT. Vencida a eleição, não foi nem ouvido nem cheirado. Agora que o governo precisa de uma pajelança para ver se consegue ressuscitar, Lula convida Delfim Netto para ser o feiticeiro, com o que desmoraliza de vez Mercadante.
Se havia, fora da política eleitoral, um trio que todo mundo identificava com o PT, aliás com o que o PT tinha de melhor, era formado pelo jornalista Ricardo Kotscho, por frei Betto e pelo empresário Oded Grajew.
Debandaram todos. Em silêncio leal, mas eloquente.
José Dirceu, suposta alma do PT, caiu, disse que vinha para a planície para combater, mas, em vez da planície, está perdido em algum buraco negro, silencioso.
José Graziano era a cara do Fome Zero antes mesmo de o Fome Zero existir. Sumiu.
Olívio Dutra era o bigode-símbolo do PT que parecia ter dado certo, o de Porto Alegre/Rio Grande do Sul. Ao lado de Tarso Genro. O bigode ainda está lá, mas o PT foi varrido de Porto Alegre e do governo do Estado, Olívio é o ministro mais demitido da história e Tarso louva o valor de ter o PMDB no governo, justo o PMDB que os varreu no Sul.
Sobrou algum petista facilmente reconhecível no governo Luiz Inácio Lula da Silva? Há alguns, sim. Burocratas sem votos e sem que se saiba que diabo pensam.
Ah, tem o tal de Antonio Palocci, é verdade, mas é bom lembrar que está onde está porque foi assassinado quem lá estaria (Celso Daniel). Sem o crime, Palocci seria apenas mais um deputado federal ou prefeito de Ribeirão Preto (SP).
Vamos, portanto, parar de falar que o governo pode acabar. Como governo do PT, tal como foi eleito, já acabou. Pior: não começou nenhum outro tipo de governo.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog