Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, junho 20, 2008

Lula, Robinho e a ética da malandragem

Reinaldo Azevedo,
Eu sei que é uma banalidade, mas terei de comentar:

No Estadão On Line. Volto depois:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta manhã [quinta-feira], em conversa com auxiliares, no Palácio do Planalto, o desempenho da seleção brasileira no empate sem gols com a Argentina, na quarta-feira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
O presidente, de acordo com relato de participantes da conversa, afirmou que é necessária uma mudança de atitude dos jogadores da seleção e disse que "se colocasse o time do Corinthians, jogaria melhor.
Segundo as mesmas fontes, Lula reclamou da atuação de Robinho. Disse que o jogador "deveria ter caído" dentro da pequena área no momento em que o goleiro argentino, Abbondanzieri, correu atrás dele e lhe puxou a camisa, no primeiro tempo do jogo. Em vez de cair, Robinho continuou a jogada e foi desarmado.
A seleção não faz gols há três jogos - passou em branco contra Venezuela, Paraguai e Argentina. Para o presidente, a solução do problema também está no Corinthians. "O Herrera precisa ser naturalizado brasileiro", afirmou.

Comento
Eu também sou corintiano. É o que tenho em comum com Lula. O time acabou de perder um campeonato para o Sport de Recife. Porque jogou errado. Conseguiu desperdiçar uma imensa vantagem. Qual e?

Mas isso é o de menos. Gostei foi de ver Lula pegar carona num comentário infeliz feito ontem por Galvão Bueno durante a transmissão do jogo: “Se Robinho tivesse caído na área...”.

Entendi: quando falta talento, o negócio é ir mesmo na malandragem. O comentário é a cara de Lula. E também é uma boa síntese de sua biografia, né?

Quem é Lula senão aquele que vive caindo na área, gritando “pênalti”? Vejam só: ele jamais deixou de receber salário como sindicalista e chefe de partido, mas, mesmo assim, gritou “pênalti” e hoje ganha uma indenização como “perseguido do regime militar”, o que é piada. Imaginem se “o certinho do general Golbery” era um perseguido... Tenham paciência.

Na campanha de 2002, Duda Mendonça inventou a história do pobre que sobreviveu à fome. Diante das câmeras, Lula chorava, narrando a sua suposta biografia, lembrando a história triste da mãe, nascida analfabeta, coitada!, e choramingava: “Pênalti, pênalti...” Em 2006, caído na área, dizia: “Estão querendo tirar de mim o governo por meio de eleições. Que sacanagem! Pênalti”.

Faltou a Robinho, com efeito, este savoir-vivre.

Robinho precisa tomar umas aulas com Lula. Robinho precisa aprender a ser mais malandro.

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