Reportagem no Estadão de hoje (ler abaixo) informa que o Itamaraty manterá a tal política de relações Sul-Sul, que privilegia os países sul-americanos e em desenvolvimento. É pura bobagem. As oportunidades de negócios que se anunciam (ver abaixo) com o simples aceno do EUA aos Brasil no acordo do etanol dão conta do que é e do que não é relevante. Houvesse um mínimo de racionalidade nas análises, e seria o caso de afirmar: a vinda de Bush ao Brasil para discutir um acordo sobre energia humilha a política externa do sr. Celso Amorim, chanceler brasileiro. É a evidência de que ele sempre esteve errado. É a prova provada de quais são as relações que realmente interessam ao Brasil. Bush, o guerreiro, o pária moral da esquerda internacional, a besta-fera do humanismo de pé quebrado, pode estar dando, com efeito, um importante passo para que o mundo diminua a sua dependência do petróleo. Mas, para que isso aconteça, é preciso que o etanol seja uma commodity, que esteja regulamentado, que haja volume de produção suficiente para fazer estoques — se o petróleo está sujeito à instabilidade política, o álcool pode estar sujeito à da natureza (mais imprevisível do que a guerra). Quem tem alcance e envergadura para uma regulamentação em escala planetária? Os EUA. A tal política Sul-Sul vai mostrando, assim, o seu raquitismo. Os petistas, que torciam tanto por Al Gore e depois por John Kerry, poderão ter em Bush a sua tábua de salvação. Olhem que não é pouca coisa. Observo à margem que o gordoto Al Gore, se presidente dos EUA, talvez não buscasse dar tal alcance prático a um programa ambicioso como esse do etanol. A razão é simples: tem mais vocação para prosélito. Acho que ele não será presidente dos EUA — a menos que renuncie a “seu” filme. Sem discurso politicamente correto, Bush, o pato manco, dá um passo fundamental, a se confirmarem os prognósticos, para que o Ocidente dependa menos da boa vontade ou da chantagem de “estranhos”. Lula, é claro, vai privatizar o “etanol”, chamá-lo de conquista sua, “nunca antes nestepaiz etc...”. Ok. Sabemos que é mentira. Um dia nos deixa em paz. O importante é o Brasil negociar direito. E aqui mora o perigo — ou o meu temor ao menos. O Brasil não pode pensar o seu futuro como um mero fornecedor de cana — ou de álcool — para tocar a riqueza dos países industrializados. A demanda pelo produto será certamente crescente. E cumpre que se faça planejamento estratégico para saber como entramos nessa nova fase. O apelo que vem do Norte é sedutor, convidativo, irresistível mesmo. O Brasil está nessa parceria com os EUA. Não pode fugir dela nem que quisesse. Ninguém estava preparado exatamente, é visível, para essa investida americana. Os baixos índices de popularidade de George Bush devem tê-lo apressado a dar início a essa cruzada pelo etanol. E aí mora o perigo: a pressa colhe o governo brasileiro quando Lula ainda falava das virtudes da mamona... |
Itamaraty mantém aposta no eixo Sul-Sul como pilar da política externa O Estado de S. Paulo Renovação da relação com EUA não vai abalar prioridade dada a vizinhos e outros países em desenvolvimento Denise Chrispim Marin O acordo de cooperação em biocombustíveis, que os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva assinarão sexta-feira, em São Paulo, será o pilar da 'renovação' da relação Brasil-Estados Unidos. Mas essa mudança - supostamente para melhor - não significará a inflexão da política externa do governo Lula, concentrada nas relações com os vizinhos sul-americanos e os demais países em desenvolvimento. Embora admita um relacionamento 'íntimo' entre o Brasil e os EUA, o chanceler Celso Amorim avisa que a cooperação Sul-Sul continuará no topo da agenda internacional de Brasília. |
Entrevista:O Estado inteligente
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domingo, março 04, 2007
Está provada a farsa Sul-Sul de Celso Amorim
Por Reinaldo Azevedo
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