Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, março 15, 2007

Eliane Cantanhede - Assim, não dá



Folha de S. Paulo
15/3/2007

Há o PT, que tentou impor Marta Suplicy na Educação ou nas Cidades. E há o PT do B, ou melhor, o PT de Lula, que mexeu várias peças do tabuleiro para encaixá-la em Turismo.
Há o PMDB do Senado, que já tem Comunicações e Minas e Energia. E há o PMDB do B, ou melhor, de Michel Temer, de deputados e de governadores, que aproveitou a onda para surfar em mais um ministério. De quebra, há quem seja sem ser da cota peemedebista: o técnico Temporão, da Saúde.
Há o PTB de Mares Guia, o mais lulista dos lulistas, aliado ao líder do governo na Câmara, José Múcio. E há o PTB do B, ou melhor de Roberto Jefferson, à espreita.
Há o PP de Márcio Fortes, que continua em Cidades. E há o PP do B, de Maluf, que confraterniza com o PT de Vaccarezza e já acena com o apoio à candidatura Marta Suplicy a qualquer coisa em São Paulo.
Na oposição não é diferente: o PSDB de Serra e o PSDB do B, de Aécio; o PFL de Bornhausen e o PFL do B, de ACM, e vai por aí afora.
Mas o que interessa aqui é justificar por que, afinal, a reforma ministerial se arrasta há meses: a cada vaga, Lula não tem que satisfazer um, mas, sim, dois partidos num só.
O grave é o preço que essas divisões custam, a partir do mais alto e mais imoral, a origem de tudo: o troca-troca partidário, que até o Severino (PP, lembra?) acusava.
A Justiça Eleitoral está para dar um voto, provavelmente por unanimidade, contra a facilidade com que o sujeito se elege pelo PFL, vai para o PP, dá uma passadinha pelo PTB e acaba no PR -com um cargão no Dnit, que é órgão público. Esse voto da Justiça deverá gerar uma série de efeitos, e não só para os parlamentares, mas para os partidos.
O fim do troca-troca é pré-condição para a reforma política e partidária e para garantir dignidade nas relações entre Poderes. Hoje, o Congresso é um foco e o Executivo está vulnerável. Tome mensalão!

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